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Ferreira Gullar

A vida e a obra de um dos mais importantes neoconcretistas da língua

Autor por Autor

No AR em 10/06/2011 - 03:00

Ferreira Gullar - Autor por Autor

A série Autor por Autor traz neste próximo episódio, na sexta (10), às 22h, a vida e obra de um dos fundadores do neoconcretismo e um dos mais importantes poetas da língua portuguesa: Ferreira Gullar. Aos 80 anos - completados em setembro passado - o autor ainda produz como ninguém. Na mesma época de seu aniversário lançou o livro Em Alguma Parte Alguma. Para mostrar Gullar ao grande público, apenas dois atores entram em cena: a renomada Bete Coelho, personagem de "O outro" (atriz gentilmente cedida pela Rede Record), e Ricardo Blat, que interpreta "O Poeta".

O programa mescla as atuações dos artistas com depoimentos exclusivos de Gullar, que relata, entre outros momentos, a mudança de seu nome. "Meu nome é muito comum, São José de Ribamar é um nome muito comum, em São Luis, por causa da devoção a São Jose de Ribamar." E por aí vai.

Neste episódio, os cenários não realistas formam traços geométricos que lembram a arte concreta de Gullar, e se alternam de acordo com o local e a fase de vida do poeta. Assim, eles seguem uma sequência cronológica e, na primeira fase, está o estado do Maranhão, onde os traços lembram azulejos portugueses, presentes na arquitetura local.

Depois o cenário se volta para o Rio de Janeiro, rementendo aos cartões postais da cidade, como o Cristo Redentor, o Pão de Açúcar e as calçadas de pedras portuguesas. Já numa terceira fase, o exílio é retratado em linhas que lembram grades e, por fim, indicando a volta do poeta ao Brasil. A imagem toma formas dos próprios desenhos de Gullar. Sim, além de escritor, Ferreira pinta e entende como ninguém de artes plásticas.

Poeta e teatrólogo e nascido em São Luís (MA), Ferreira Gullar tornou-se um dos mais importantes poetas brasileiros surgidos após o movimento modernista de 1922, com uma poesia de cunho social. Em 1954, publicou A luta corporal, obra considerada precursora do movimento paulista de poesia concreta. Com Poemas mostrou-se mais voltado ao neoconcretista e liderou o movimento no âmbito carioca, com a publicação do ensaio-manifesto Teoria do não-objeto, em 1959. Mais tarde, aderiu à poesia politicamente engajada, tornou-se presidente da UNE, em 1964, e, após assinado o Ato Institucional nº 5, foi preso em 1968.

Após um longo período vivendo na clandestinidade, colabora com O Pasquim, Opinião e outros jornais usando o pseudônimo de Frederico Marques. Após os anos de chumbo, Ferreira foi nomeado diretor do Instituto Brasileiro de Arte e Cultura (Ibac) e permaneceu no cargo por mais de três anos (1992-1995), período suficiente para devolver à instituição seu antigo nome, Funarte. Ganhou muitos prêmios literários e os destaques em sua obra foram Dentro da noite veloz (1975), Na vertigem do dia (1980), Etapas da arte contemporânea (1985), Barulhos (1987) e Indagações de hoje (1989). Para o palco escreveu Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come (1966), com Oduvaldo Viana Filho; A saída? Onde fica a saída? (1967), em parceria com Antônio Carlos Fontoura e Armando Costa; e Dr. Getúlio, sua vida e sua glória (1968), com Dias Gomes.

Direção Geral Ricardo Elias
Roteiro Enéas Carlos Pereira

Horário: 22h




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Criado em 10/06/2011 - 13:14 e atualizado em 10/06/2011 - 13:14

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