A historiadora Margareth Rago fala das mudanças no papel das mulheres na sociedade contemporânea. A obra 'Madame Bovary', de Gustave Flaubert, mostra a vida de Emma Bovary, uma mulher que queria uma vida que fizesse sentido. Não estava sozinha: na segunda metade do século XIX, os homens também se entediavam com a vida regrada da sociedade burguesa, mas podiam sair, viajar e estudar. Por isso a questão de gênero é fundamental na obra. A desigualdade de relações, explica a professora, era referenda pelo saber médico da época. A figura da “rainha do lar”, que a burguesia defendia dentro do modelo de família nuclear, foi criada nessa época.
As mudanças dessas ideias só viriam, anos depois, com o fortalecimento do movimento feminista. A história de Madame Bovary é construída neste contexto. Nos dias atuais, o mundo se transforma em alta velocidade e a consequência é a perda da ideia de tempo, e o tempo para reflexão. As mulheres, afirma a palestrante, se emanciparam, mas a violência masculina ainda é comum. Mesmo assim é preciso reconhecer que os homens mudaram, argumenta a professora.
Segundo Margareth, a sociedade hoje já não confina as mulheres ao lar, mas a papéis e identidades. Assustados com as mudanças, os indivíduos buscam proteção em uma ideia de normatividade, o que explica a ascensão de grupos de jovens conservadores no debate público.
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