“A forma como a gente fala do modo como a gente sofre muda a forma como a gente sofre. Cada vez que a gente dá um nome para um mal-estar, ele vira sofrimento”, afirma Dunker.
Em sua apresentação, o psicanalista comenta as neuroses comuns da contemporaneidade, inclusive as de quem perdeu a articulação narrativa do sofrimento. “O que é um zumbi? É alguém que já morreu e não sabe que morreu. Então permanece no movimento automático, despersonalizado, sem queixas. Só anda e tenta comer outras pessoas. Na narrativa sobre zumbis, esta é a metáfora para dizer ‘perdi minha alma e vou recuperá-la me apossando do outro. Não sei o que tem lá, mas se eu ingeri-lo, talvez eu me salve’”, explica.
Ele classificou como “normalopada” o indivíduo que jura estar bem enquanto o mundo está desabando. “Ele leva uma vida chata, sem aventuras, sem desencontros. É o sujeito com altíssima disposição à adaptabilidade.”
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