Por quatro dias consecutivos, uma caminhada de fé reúne uma multidão, que percorre cem quilômetros em busca de autoconhecimento e transformação. O percurso – entre as cidades capixabas de Vitória e Anchieta – é o mesmo que o jesuíta José de Anchieta percorria no séc. XVI. Duas vezes por mês, o padre ia de Reritiba (atual Anchieta) à ilha de Vitória, com pequenas paradas para pregação e repouso nas localidades de Guarapari, Setiba, Ponta da Fruta e Barra do Jucu.
O padre que virou santo (muitos milagres lhe são atribuídos) foi beatificado pelo Papa João Paulo II, em 1980, e canonizado pelo Papa Francisco, em 2014. No cinema, teve vida e obra interpretadas por Ney Latorraca, no filme “Anchieta, José do Brasil.”
O Caminho de Anchieta, que se iniciou há duas décadas, recebe um número maior de devotos a cada ano. Os peregrinos passam por locais importantes, como o Convento da Penha, maior símbolo religioso do Espírito Santo. Deparam-se também com o Palácio Anchieta, antigo Colégio Santiago, onde São José deu aula.
Os caminhantes desfrutam de belas paisagens, trilhas em parques estaduais, restingas e praias do litoral. Ainda conhecem algumas tradições locais, como o Congo, considerado patrimônio imaterial, por sua dança, música e canto.
No município de Anchieta, que o jesuíta fundou para catequizar os índios da região, os devotos têm contato com a História, preservada em um santuário no coração da cidade. Quem visita o santuário conhece a cela, o quarto, as relíquias que pertenceram ao religioso. Foi ali que o padre viveu seus últimos dez anos de vida.
Serviço:
Caminhos da Reportagem – Peregrinos de Anchieta
Quinta-feira, 5 de setembro, às 22h, na TV Brasil.
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