No princípio era o verbo e o verbo estava com os homens - e o verbo eram os homens. Para uma mulher publicar um folheto com rimas e versos de cordel, teria de assinar com um nome masculino. Caso contrário, nenhum leitor levaria a sério um folheto feito por uma mulher.
Oitenta anos se passaram desde a publicação do primeiro folheto escrito por Maria das Neves Baptista Pimentel. Com o sugestivo título “O Violino do Diabo ou o Valor da Honestidade”, o trabalho só foi publicado em 1938 na Paraíba, depois de emprestar o nome do marido Altino Alagoano.
Para muitas mulheres, o espaço na literatura de cordel ainda é conquistado na raça e na rima. O Caminhos da Reportagem mostra como Auritha Tabajara, primeira indígena cordelista, consegue respeito e convite para participar de rodas de cordelistas dominadas por autores masculinos. E Dalinha Catunda, uma das cinco mulheres a ocupar uma das 40 vagas na Academia Brasileira de Literatura de Cordel – ABLC – no Rio de Janeiro.
E para deixar claro que elas não fazem rimas à toa, na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) este ano, os dois livros de cordel mais vendidos são de autoria de Jarid Arraes, escritora jovem, negra e nordestina.
Ficha técnica
Reportagem: Aline Beckstein
Produção: Aline Beckstein, Bianca Vasconcellos, Edvaldo Pereira dos Santos (estagiário), Éverton Siqueira Gomes (estagiário) e Maria Clara Pereira (estagiária)
Imagens: João Marcos Barboza e William Salles
Auxílio técnico: Caio Araújo, Eduardo Domingues, Ivan Meira e Maurício Aurélio Marcelo
Apoio produção – RJ: Claudia Bonjunga (repórter), Natália Alves (repórter), Priscila Thereso (repórter), Édina Girardi (imagens), Gilson Machado (imagens), Marcelo Padovan (imagens), João Victal (imagens), Cláudio Tavares (auxílio técnico), Felipe Messina (auxílio técnico) e Yuri Freire (auxílio técnico)
Apoio de imagens: Bianca Vasconcellos
Videografismo: Lucas Souza Pinto
Apoio operacional: Amarílio Bismark Rodrigues de Souza, Antonio Blanes, Fabrizio Cesarino e Rafael Costa
Edição de imagens e finalização: Maikon Matuyama
Roteiro e direção: Bianca Vasconcellos
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