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Sífilis, a doença de mil faces

Caminhos da Reportagem alerta para o aumento de casos de sífilis

Caminhos da Reportagem

No AR em 19/07/2018 - 21:45

Uma doença que chegou a ser considerada do passado, mas que voltou com força em pleno século XXI: a sífilis. No final de 2016, o Ministério da Saúde admitiu que o Brasil vivia uma epidemia da doença. Em um ano (2014-2015), o número de casos entre adultos aumentou 32,7%. Esse crescimento, contudo, também pode ser observado em outros países. Nos Estados Unidos, por exemplo, o aumento nesse mesmo período foi de 19%.

Chamada de “doença de mil faces”, ou a “grande fingidora”, por causa da multiplicidade de sintomas, a sua origem ainda é um mistério. Uma das hipóteses diz que teria sido levada da América para a Europa pelos navegadores de Cristóvão Colombo. Nesta edição, o Caminhos da Reportagem mostra que a face mais cruel se apresenta justamente entre recém-nascidos. A chamada sífilis congênita, passada de mãe para filho, pode provocar abortos, partos prematuros, cegueira, surdez e até mesmo microcefalia. Os últimos números de 2015 mostram que a doença foi responsável pelo aborto e a morte de cerca de 1.500 bebês no Brasil.

No estágio mais avançado, ela provoca comprometimento em órgãos como o cérebro e o coração. No passado, muitas pessoas que foram diagnosticadas com problemas psiquiátricos, na verdade, desenvolveram manifestações tardias da sífilis, e ainda hoje ela pode ser confundida com Mal de Alzheimer, por exemplo. O grande artilheiro do Botafogo, Heleno de Freitas, morreu por causa de complicações decorrentes da doença.

A cura definitiva para a sífilis só veio através da descoberta da penicilina (1928), usada em grande escala durante a Segunda Guerra Mundial. Foi o primeiro antibiótico do mundo, mas hoje tem despertado pouco interesse por parte da indústria farmacêutica devido ao seu preço, considerado baixo no mercado. Atualmente, apenas a Índia e a China produzem a matéria-prima para a penicilina, o que vem provocando ondas mundiais de desbastecimento.

Longe dos holofotes, a doença, que para muitos só existia nos livros de história, vai mostrando as suas faces durante o programa. Muitas ocultadas pelo preconceito, como as gestantes com sífilis que preferem não se identificar nas entrevistas, mas que revelam bastante sobre antigos problemas que, de alguma forma, ainda persistem no nosso século: o tabu que envolve o sexo e o embate entre interesses econômicos e sociais.

Ficha Técnica

Reportagem: Aline Beckstein
Produção: Aline Beckstein, Paula Abritta, Thaís Rosa, Henrique Cruz (estagiário)
Imagens: Eduardo Viné, João Marcos Barboza ,Sigmar Gonçalves
Auxílio técnico: Caio Araújo, Dailton Matos, Maurício Aurélio
Videografismo: Lucas de Souza Pinto
Edição de imagens e finalização: Maikon Matuyama e Rodger Kenzo
Roteiro: Aline Beckstein
Direção: Bianca Vasconcellos

 

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Criado em 28/03/2017 - 13:30 e atualizado em 31/03/2017 - 15:10

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