Digite sua busca e aperte enter

Compartilhar:

Siron Franco, figura chave da arte brasileira

Premiado artista plástico lança um olhar sobre suas obras e trajetória

Conversa com Roseann Kennedy

No AR em 12/06/2017 - 21:30

Roseann Kennedy conversa nesta edição com o pintor, desenhista e escultor goiano Siron Franco. Criador de inúmeras obras artísticas, além de instalações e interferências, Siron teve seus trabalhos representados em coletivas em todo o mundo, incluindo os mais importantes salões e bienais. Premiado, ele ultrapassou fronteiras e hoje é reconhecido como um dos artistas plásticos brasileiros mais importantes de seu tempo. Com enorme prestígio também no exterior, tem obras disputadas nos leilões internacionais.

Siron, voraz observador do cotidiano e com um espírito inquieto e questionador, recebeu a equipe da TV Brasil em seu ateliê instalado numa chácara nos arredores de Goiânia. Em meio a telas, tintas e pincéis, ele nos conta como materializa os seus pensamentos em obras de arte.

“A criação não pode ser só o resultado da experiência. A criação, para mim, se dá quando eu me perco. Aí é que eu começo a aprender novamente”.

O artista tem a vida dedicada ao trabalho e revela o longo caminho que percorreu até conseguir ser reconhecido em sua arte. “Eu sobrevivia fazendo retrato, depois fiz alguns pássaros, algumas Madonas que eu sabia que vendia”. E completa: “O curioso é que o meu trabalho nunca vendeu no começo. Eram trabalhos muito pesados. Nem a minha mãe queria ter aquilo na parede, porque mostrava muita violência da ditadura militar e era um trabalho feito mesmo para questionar e não para decorar”.

Siron Franco e Roseann Kennedy

Siron Franco e Roseann Kennedy - Divulgação/TV Brasil

Siron, com sua inclinação a questionar os problemas brasileiros, faz de suas obras instrumentos de denúncias, dando visibilidade para as questões indígenas, de direitos humanos, e chamando a atenção para causas urgentes, como a mortalidade infantil, a violência no trânsito e o combate à violência contra mulheres e crianças. Engajado e amante do meio ambiente, ele relembra com carinho os ensinamentos deixados pelo pai. “O meu pai me ensinou uma coisa... Que quando você sai pela porta da sua casa, a cidade deve ser o nosso grande jardim. Não jogue nada fora. A cidade é nossa. O governo vai e vem, e nós continuamos. Cidadania começa em casa”.

Como forma de democratizar sua arte e expressar seus pensamentos, Siron transita em todos os espaços testando possibilidades criativas. A partir de instalações e com a criação de monumentos, ele vai além das galerias e mobiliza o olhar dos cidadãos comuns, alertando para a preservação do espaço urbano e despertando nas pessoas uma reflexão sobre as necessidades comuns. “Eu comecei a fazer uma coisa que hoje é contemporânea, mas na época não era, que é uma coisa que eu criei, chamada “Artevismo”. Eu criei um movimento chamado “Ver-A-Cidade”, que era olhar a cidade e também olhar pontos degradantes e de violência. E passei a fazer interferências no espaço urbano”.

Siron Franco no Conversa com Roseann Kennedy

Siron Franco no Conversa com Roseann Kennedy - Divulgação/TV Brasil

Uma reflexão sobre o mundo e a existência. Essas são algumas das marcas que Siron Franco deixa em suas obras. “A arte não é para agradar, você se encontra com ela. Mas tem artista que lida com o terror, que lida com alguma coisa que vai mexer com o seu estômago. Cada artista tem o foco em alguma coisa”, finaliza.

Conversa com Roseann Kennedy vai ao ar toda segunda-feira, às 21h30, na TV Brasil.

Clique aqui para saber como sintonizar a programação da TV Brasil.

Criado em 07/06/2017 - 15:00

Últimas

O que vem por aí