Rebeca Gusmão foi uma das principais nadadoras do país, mas acusada de dopping teve sua carreira interrompida. Banida do esporte, ela deu a volta por cima. Hoje, Rebeca Gusmão é personal trainer, colunista e palestrante. Neste bate papo com a com a jornalista Roseann Kennedy, ela fala da importância da maternidade em sua vida, da relação com a família e do relançamento do livro autobiográfico 'Virada Olímpica – A carreira, a queda e a superação', no qual revela que tentou o suicídio, mas que conseguiu se recuperar.
Rebeca Gusmão no conversa com Roseann Kennedy - Reprodução
A ex-atleta que se diz vítima de perseguição, inclusive do presidente afastado do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, comentou em tom de desabafo a prisão do dirigente. “Na minha cabeça passou o filme do Nuzman, quando ele me fez responder um processo criminal injustamente, onde no final eu fui absolvida. Eu lembro direitinho as palavras dele. E, quando eu vi ele sendo preso, vendo as coisas que ele fez, eu falo - realmente, depois de dez anos, a justiça divina ela tarda mas não falha”.
Apesar disso, diz que não guarda mágoa da carreira esportiva e acredita que tudo culminou para que a vida se encaminhasse da forma devida. “Porque se uma pedrinha fosse mexida eu não ia ter o Zeus na minha vida”, conclui com orgulho referindo-se ao seu primeiro filho, que hoje tem um ano de idade.
Rebeca, que foi obrigada a devolver quatro medalhas conquistadas no Pan do Rio, lembra que esta foi uma fase muito difícil em sua vida. “Foram anos acumulando várias coisas, várias decepções. Foram dois anos de julgamento de idas e vindas na Suíça, sem nunca imaginar que poderia ser banida”.
Além da carreira esportiva, diz que amargou frustrações em sua vida pessoal, familiar e financeira. E diz que a depressão profunda acabou levando-a a uma tentativa de suicídio. “Foi um acúmulo de tudo isso e teve um momento em que realmente eu me vi não sentindo mais nada, não tendo amor por nada nem por ninguém, não tendo ódio, não tendo sentimento nem vontade de fazer nada. Então foi quando eu me vi sem querer estar neste mundo, sem ter razão para estar aqui”.
E com o conhecimento de quem vivenciou o esporte por muitos anos, em tom de desabafo, Rebeca Gusmão comenta o outro lado do esporte. “O esporte é muito político também. A gente vê a política hoje muito suja, o que vem acontecendo, mas o esporte é um meio político também. Não existe aquela coisa é (romântica). É muito bonito ali pra quem tá na arquibancada. Quem tá na plateia sempre tudo o espetáculo é bonito. Mas pra quem tá nos bastidores a gente sabe que não é, a gente sabe como funciona. E o esporte é um business. Então quando você mistura política com business é muito complicado”.
O Conversa com Roseann Kennedy vai ao ar nesta segunda-feira, 09.10.17, às 21h30 na TV Brasil.
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