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Roseann Kennedy conversa com a cantora Mariene de Castro

“A minha voz é a minha vida. É como eu consigo me comunicar”, dispara

Conversa com Roseann Kennedy

No AR em 30/10/2017 - 21:30

Reconhecida como uma das principais revelações da música brasileira dos últimos anos, a cantora baiana Mariene de Castro tem uma verdadeira intimidade com o palco. Ela começou cedo na carreira artística e, aos cinco anos, já dançava no Teatro Castro Alves, em Salvador. Na adolescência, cantou com o grupo Timbalada, de Carlinhos Brown. Em 1996, quando fez seu primeiro show solo, no Pelourinho, foi convidada para uma turnê por 20 cidades da França.

Para Mariane, entre o artista e o público existe uma comunicação universal: “A comunicação ultrapassa a nossa língua”. Com uma interpretação marcante, a cantora chegou a ser comparada pela crítica francesa à cantora Edith Piaf. “Foi uma honra. E depois que fui conhecer a fundo a história e a obra dela, eu entendo bem o que é uma artista visceral, uma artista que cantava com a emoção toda e com todo o sofrimento da vida.”

Roseann Kennedy conversa com a cantora Mariene de Castro

Roseann Kennedy conversa com a cantora Mariene de Castro - Divulgação

Dona de uma energia inesgotável, a artista considera o palco o seu local de oração, onde as canções são feitas para se comunicar com as pessoas. “A vida em si é a espiritualidade falando o tempo todo. Então isso no palco só se potencializa. Porque ali a gente se conecta diretamente com o sagrado”. Para ela, as letras das músicas têm que expressar a própria história, um sentimento e até uma inspiração. “O caminho da palavra é como eu consigo me conectar e acessar a minha alma”.

Com cinco discos lançados, entre eles o tributo à Clara Nunes, intitulado “Ser de Luz”, Mariene faz uma justa homenagem à cantora e compositora mineira, que imortalizou as canções “Conto de areia”, “A deusa dos orixás”, e “O mar serenou”. E declara: “Com certeza a Clara foi um presente na minha vida. É impressionante a comoção das pessoas quando se fala dela”.

Depois de conquistar o público do samba com sua voz vigorosa, Mariene também impressionou o público como atriz. E surpreendeu na pele de Dalva, da novela "Velho Chico", na qual fez o papel de uma empregada pra lá de atrevida. Da personagem, ela guardou boas lembranças. “Dalva foi um 'presentaço' que eu nem esperava. Ela já chegou dona de si. Ela era a alforriada, dona do nariz dela e com um discurso que eu tinha gosto de falar. Eu pude representar um povo oprimido e machucado pelo preconceito, pelo racismo”.

Cantora Mariene de Castro

Cantora Mariene de Castro - Divulgação

Em agosto, ao cantar 'Hino ao Dois de Julho', 'Hino do Senhor do Bonfim' e fazer uma oração na abertura da XI Jornada Maria da Penha, Mariene recebeu elogios e um abraço emocionado da presidente do STF, Cármen Lúcia. Além do engajamento na luta pelas mulheres, a artista defende a tolerância, critica a homofobia, o desrespeito às práticas religiosas e defende as minorias. “Os direitos humanos precisam ser respeitados assim como a natureza, a floresta amazônica, os índios, os negros... A gente vem de um lugar onde os índios são os donos, os primórdios dessa terra e eles foram destruídos, exterminados. E eu fico muito preocupada porque parece que é um país que não tem memória.”

Por fim, entre os inúmeros compromissos profissionais de sua carreira, Mariene ainda consegue ser uma mãe zelosa de cinco filhos. Diz ter satisfação em levá-los para a escola, brincar e almoçar juntos. Para ela isso é o que lhe dá forças e a alimenta no cumprimento de seus desafios. “Poder ter uma vida cumprindo a missão que me foi dada, de artista, de cantora, e cumprir a missão de mãe que eu escolhi é uma grande benção, poder conciliar isso”.

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Criado em 30/10/2017 - 11:00

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