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Bob Wolfenson relembra marcos de seus quase 50 anos de carreira

Fotógrafo fala sobre produção publicitária e artística

Conversa com Roseann Kennedy

No AR em 06/11/2017 - 21:30

O fotógrafo Bob Wolfenson começou cedo na carreira e, aos 16 anos, já trabalhava nos estúdios da Editora Abril. De talento raro, ficou famoso com os cliques de nus e de moda, tendo à frente de suas lentes as maiores celebridades do país. Hoje ele se define como um fotógrafo que transita por todas as áreas. “Eu gosto da ideia de estar em trânsito. E eu não seria nenhum desses fotógrafos se eu não fosse todos esses outros. E quando eu estou sendo aquele, eu preciso que todos os outros existam em mim”.

Bob Wolfenson: a intoxicação de imagens é tão grande que você fica cego de tanto ver

Bob Wolfenson: a intoxicação de imagens é tão grande que você fica cego de tanto ver - Divulgação

Ao falar dos rótulos dados à fotografia publicitária e artística, Bob analisa: “O fotógrafo publicitário não paga o preço de ser um artista. Porque o artista paga um preço de ter pouco dinheiro, de ter uma alma menos contaminada... Mas eu me sinto muito independente. Eu faço o que eu quero. Tenho o meu público, tenho a minha audiência, gente que compra foto minha. Então não é uma coisa que me contamine muito”.

Bob comenta o acesso ao mundo cada vez mais visual e faz um alerta acerca de sua banalização: “Acho que há uma intoxicação tão grande de imagens como nunca teve na história da humanidade, que você vê as imagens sem atenção. Você fica cego de tanto ver”.

O paulistano, que cresceu no bairro Bom Retiro, deixa claro seu amor por São Paulo e se mostra um autêntico cosmopolita, apesar de ter uma casa no campo. “Eu sou eminentemente urbano, gosto da urbe, da cidade, das ruas, das pessoas, de poder comer fora. E quando eu tiro férias eu vou para cidade grande. Eu não gosto de lugar exótico. Eu gosto é de prédio, de cultura, de troca, de possibilidade de ver coisas...”. Urbanidade que fica bastante explícita em projetos desenvolvidos por ele, como Antifachada, Encadernação Dourada e Nosoutros.

Com quase 50 anos de carreira, Bob Wolfenson já assinou editoriais das principais revistas de moda, tais como Elle, Vogue e Marie Claire, além de outras publicações, como Playboy e Rolling Stone. Conhecido pelo trabalho feito com mulheres nuas, ele conta como conseguiu sair das fotos “burocráticas” para uma fotografia artística nas páginas da Playboy. E fala sobre a produção de fotos emblemáticas, das atrizes Mylla Christie, Nanda Costa, Vera Fischer, e também do inesquecível ensaio de Maitê Proença, em 1996, pelas ruas da Sicília, na Itália, para a revista.

Bob Wolfenson e Roseann Kennedy

Bob Wolfenson e Roseann Kennedy - Divulgação

Quando se trata de retratos, são raras as celebridades que não posaram para suas lentes. Caetano Veloso, Fernanda Torres, Darcy Ribeiro, Jô Soares, Dorival Caymmi e Ney Matogrosso são algumas das personalidades fotografadas por Bob. Nessa conversa, ele conta um pouco sobre como produziu retratos memoráveis como o do escritor João Cabral de Melo. 

No currículo, Bob também inclui vários prêmios, exposições e livros publicados, como “Jardim da Luz”, “Moda no Brasil por Brasileiros”, “Antifachada – Encadernação Dourada” e “Apreensões”. Bob Wolfenson ainda encontra tempo para palestras e workshops nos quais conversa com pessoas que querem ouvir as suas histórias. Mas quando se trata de dar significados às suas obras, Bob é democrático: “A obra é aberta. Você faz uma obra e ela está sujeita a mil interpretações, mil leituras. Graças a Deus que não é só o que está na minha intenção”.

Bob Wolfenson lança nesta segunda-feira, 6 de novembro, um livro de retratos só com mulheres no qual mistura imagens provocativas com outras mais contidas da beleza feminina. O livro, que é o sétimo de sua carreira, resgata cliques dos 47 anos de profissão. Traz retratos de Gisele Bündchen, Sônia Braga, Tais Araújo, Luiza Brunet, Fernanda Torres, Malu Mader, Juliana Paes, Rita Lee e Alessandra Negrini, Anitta, entre outras.

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Criado em 03/11/2017 - 14:20

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