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Advogado criminalista Kakay conversa com Roseann Kennedy

Criminalista fala sobre seu ofício e analisa decisão recente do STF

Conversa com Roseann Kennedy

No AR em 14/05/2018 - 21:15

Antônio Carlos de Almeida Castro, ou simplesmente Kakay, é um dos mais célebres advogados criminalistas do país. O apelido que ele criou para si mesmo, inventando até a grafia, teve origem ainda na infância. “Foi a primeira palavra que eu falei e pegou. Kakay passou a ser o meu nome mesmo. Às vezes eu estou na tribuna falando e os ministros vão fazer algum tipo de pergunta, eles dizem: 'Dr. Kakay'. Hoje é meu nome na verdade”.

“O Supremo fez uma decisão meia-boca”, diz o advogado criminalista Kakay sobre o foro privilegiado
“O Supremo fez uma decisão meia-boca”, diz o advogado criminalista Kakay sobre o foro privilegiado - Divulgação/TV Brasil

Na hora de defender um cliente, ele diz que é pluripartidário. Perito em imagem e especialista em regimento do Congresso, é defensor e amigo das figuras mais eminentes da política brasileira. Em seu ofício, já defendeu mais de sessenta governadores e três ex-presidentes. Nesta conversa, Kakaye defende o fim do foro privilegiado, mas critica a forma como foi determinado pelo Supremo. “Eu defendo há muito tempo o fim do foro privilegiado. Mas não dessa forma que o Supremo fez. O Supremo fez uma decisão meia-boca. Ele tirou o foro do senador e do deputado, mas não tirou do ministro. Por que o senador da República vai em primeiro grau e o juiz do Supremo Tribunal Federal continua no Supremo Tribunal Federal? Isso não é absolutamente um sistema republicano", dispara.

Kakay também critica o momento atual do país, no qual a advocacia é vista como um obstáculo. “No Brasil, nós vivemos um momento punitivo onde há claramente uma criminalização da advocacia criminal. Há uma tentativa de misturar, por parte da imprensa, o advogado criminal com o cliente e, às vezes, com o crime que o cliente praticou”.

Kakay analisa o comportamento do povo brasileiro e diz que há um certo prazer das pessoas ao verem empresários e políticos importantes serem presos. Ele lamenta que muitas vezes não haja a preocupação de garantir aos acusados direitos mínimos e garantias constitucionais.“Muitas pessoas hoje querem a execução sumária, querem a condenação sumária. A advocacia hoje incomoda o processo penal. Eu diria que boa parte dos procuradores da República, principalmente da Operação Lava-Jato, inclusive os ministros do Supremo veem a advocacia quase como um entrave”.

Roseann Kennedy entrevista o advogado criminalista Kakay
Roseann Kennedy entrevista o advogado criminalista Kakay - Divulgação/TV Brasil

Com um rol de clientes que vai além de grandes empresários e poderosos, o criminalista já atuou em casos emblemáticos como o das biografias de Roberto Carlos e o do vazamento das fotos íntimas da atriz Carolina Dieckmann. Mineiro de Patos de Minas e torcedor do Cruzeiro, ao falar da vida e da carreira, Kakay revela que é um grande apreciador de vinhos e da boa culinária, paixão que também leva para o Piantas, um charmoso bistrô de sua propriedade. O advogado diz que não combina com a formalidade e, mesmo com responsabilidades e cuidando de coisas graves, considera que a vida sempre pode ser mais leve. “Eu não me levo tão a sério como a maioria das pessoas se levam. Eu faço o que eu faço com muito prazer, muita dedicação. Eu acho que, para viver, você tem que ver além do direito.” E conclui: “No Brasil hoje, com toda essa crise que passamos, com todo esse momento punitivo, ser feliz é quase um murro na cara das pessoas. Eu adoro o que eu faço, trabalho muito. Sou um cara extremamente feliz”.

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Criado em 14/05/2018 - 10:45

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