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Marcelo Tas: "O jornalismo, às vezes, produz suas pérolas falsas"

O comunicador fala sobre redes sociais, fake news e imprensa

Conversa com Roseann Kennedy

No AR em 12/11/2018 - 21:15

Ator, jornalista, comunicador, educador, produtor de TV, Marcelo Tas é um profissional multitarefas.Com cerca de 13 milhões de seguidores no Facebook e no Twitter, ele é um dos influenciadores mais premiados do país. Com redes sociais robustas, vê na internet um espaço de comunicação promissor e define: “Rede social é que nem escova de dente, tem que ser você que usa. Não adianta você emprestar para alguém”. Ele conta que, com tantos seguidores, precisa de auxílio para lidar com suas mídias sociais, mas não abre mão do contato direto com os internautas. “Tenho pessoas que me auxiliam, mas quem escreve e quem responde sou eu”, garante.

Em entrevista ao Conversa com Roseann Kennedy, Tas diz que o jornalismo é sua veia, seu pilar. E reflete sobre a função da imprensa num cenário repleto de fake news: “O jornalismo, às vezes, produz as suas próprias pérolas falsas e muitas vezes nem reconhece que eram erros”. Mas ele é um otimista quanto ao futuro da comunicação. “Cada veículo hoje tem uma chance grande de construir uma nova credibilidade, principalmente reconhecendo o erro, respondendo a erro, respondendo a questionamento de seus ouvintes, telespectadores, leitores.”

Marcelo Tas conversa com Roseann Kennedy
Marcelo Tas conversa com Roseann Kennedy - Divulgação/TV Brasil

Para Tas, é preciso reconhecer a responsabilidade de cada um nesse cenário de informações falsas. “As pessoas tratam fake news como se fossem os alienígenas que as tivessem jogado aqui no nosso planeta, tão limpinho”, ironiza. “Nós é que produzimos fake news e nós sempre produzimos. Então, a gente tem que baixar essa bola do preconceito para poder participar dessa festa de oportunidades que é o mundo digital”, complementa. 

O jornalista diz que no meio virtual é preciso avaliar o que está funcionando e não fugir de assuntos relevantes, principalmente quando se tratam de críticas. “A gente tem que praticar mais isso: transparência. Que é você falar de assuntos que as pessoas estão querendo que você fale, mas você não quer falar. E acho uma prática muito saudável tanto para as pessoas, quanto para as empresas, escolas, governos, entenderem que acabou o mundo que você falava e as pessoas ficavam caladas. É o mundo do diálogo mesmo.”

Sobre o clima de hostilidade na internet, Tas é crítico. “O hater é um ser humano e muitas vezes um ser humano muito próximo. Você tem hater dentro da família, muitas vezes. Todo mundo tem um tio, uma tia maluca... A rede é um espelho do que é a realidade”. Para ele é preciso saber como responder ao ódio com sabedoria e filosofa.

“Uma pessoa que vai dedicar o tempo dela para te odiar é porque você tem algo relevante que ela ou está invejando ou ela não consegue fazer aquilo que você faz. Então, você tem que entender um pouco do ódio para poder iniciar um diálogo. O ódio também é sinal de amor.”

“O jornalismo, às vezes, produz as suas próprias pérolas falsas", analisa Marcelo Tas
“O jornalismo, às vezes, produz as suas próprias pérolas falsas", analisa Marcelo Tas - Divulgação/TV Brasil

Com uma carreira sempre voltada para a educação, Marcelo Tas ficou conhecido pelo papel de repórter ficcional Ernesto Varela, pela participação na série infantil “Rá-Tim- Bum”, da TV Cultura, e pelo projeto de educação à distância “Telecurso”, da Fundação Roberto Marinho. Foi líder do programa “CQC”, da TV Band, por muitos anos, faz comentários na rádio CBN e no Jornal da Cultura. Atualmente é membro do Conselho de Professores do IBMEC, na área de Inovação e Jornalismo, dando cursos on-line e trabalha na reconstrução do Museu da Língua Portuguesa de São Paulo. Bem-humorado, Tas ainda se define como extraterrestre e diz que tem sonhos de trabalhar numa estação espacial. Com tantas atividades, diz que administrar o tempo é uma tarefa crucial nos dias de hoje.  “A era que a gente vive, de aceleração, especialmente por conta das comunicações, é muito desafiadora”, conclui.

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Tags:  Marcelo Tas

Criado em 09/11/2018 - 12:35

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