Na semana em que se comemora o dia do índio, Roseann Kennedy entrevista Rubens Valente. Jornalista da Folha de São Paulo, Rubens tem dois Prêmios Esso em seu curriculo. Depois de realizar uma minuciosa investigação e pesquisar documentos e jornais de época, ele reconta as tragédias esquecidas dos índios brasileiros em seu livro Os Fuzis e as Flechas: História de Sangue e Resistência Indígena na Ditadura.
O livro traz à tona os erros e omissões do estado e relata as barbaridades cometidas contra os povos indígenas durante a ditadura militar. Com pesar, o autor comenta as perdas humanas no período: "Nós tivemos etnias que perderam 90% dos seus índios como os Kararaô, que é um subgrupo dos Kayapó. Então o resultado, às vezes foi um genocídio. Mas com isso, eu não quero dizer que houve uma decisão de genocídio, o resultado era genocida”.
Para realizar a obra e revelar um passado desconhecido pelos brasileiros, Rubens entrevistou índios, sertanistas, indigenistas, militares e missionários. Mesmo com um capítulo destinado aos indígenas na Comissão Nacional da Verdade, que pretendia apurar graves violações de direitos humanos cometidas contra esses povos, o autor conclui que ainda há uma imensa dificuldade por parte do Estado brasileiro de reconhecer as mortes e reparar os danos causados.
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