A decisão do Supremo Tribunal Federal que libera a rede pública do ensino fundamental a ter o ensino religioso confessional como disciplina facultativa é o tema deste Diálogo Brasil. Para um dos convidados, o professor da Universidade de Brasília (UnB) Eurico Cursino dos Santos, doutor em sociologia e estudioso da história da religião, “é incômodo aproximar da religião a mão forte do Estado”. Para o outro convidado, o advogado Fernando Neves, que representou a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) na ação julgada pelo STF, todas as crenças precisam ser contempladas.
“O país está precisando de um pouquinho mais de ética, de bons princípios, e eu não conheço nenhuma religião que seja contra isso”, observa Fernando Neves. O advogado acrescenta não haver motivo para “acirramento de ânimos”, uma vez que a matéria não será obrigatória. Ele sugere, ainda, que os professores não sejam pagos pelo governo, mas cedidos “pelas congregações interessadas em difundir sua fé”. Já o professor Eurico Cursino dos Santos alerta para o risco de que o Estado, ao emprestar seu poder de convencimento, termine por “uniformizar a religiosidade da população na direção do cristianismo”.
Também participam do programa, por meio de depoimentos gravados em vídeos, a professora e coordenadora do Observatório da Laicidade na Educação, Amanda de Mendonça; o advogado Paulo Henrique Cremoneze, da União dos Juristas Católicos de São Paulo; e o pastor evangélico e cientista social Henrique Vieira. O Diálogo Brasil é exibido pela TV Brasil toda segunda-feira, às 22h30.
Apresentação: Oussama El Ghaouri
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