O Brasil não deverá cumprir a meta das Nações Unidas de reduzir à metade, até 2020, o número de acidentes no trânsito. Nesta edição do Diálogo Brasil, o coordenador-geral de Educação do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Francisco Garonce, admite que o país conseguiu redução significativa nos últimos três anos, mas “a missão não é fácil” e não será atingida no prazo.
O país é um dos campeões mundiais em mortes causadas por acidentes nas estradas e vias urbanas. São perdidas, em média, 22 vidas por ano a cada grupo de 100 mil habitantes. Na Suécia, que tem o índice mais baixo do planeta, são duas mortes anuais por 100 mil habitantes. A “Década de ação para a segurança no trânsito”, lançada pela ONU em 2010, pretendia poupar cinco milhões de vidas em todo o mundo.
Para o engenheiro civil e professor aposentado da Universidade de Brasília (UnB) Dickran Berberian, que também participa do programa, “é preciso reinventar a vergonha neste país”. E, para isso, “é preciso, lamentavelmente, punir mais”. Questões como o uso do celular ao volante, a ingestão de bebidas alcoólicas antes de dirigir e até a realização de pegas em vias públicas são abordadas pelos dois especialistas.
Segundo Garonce, para cada motorista flagrado sob o efeito de álcool, pelo menos 100 outros dirigem nas mesmas condições e escapam do bafômetro. Ainda segundo ele, mais de metade das infrações no trânsito no Brasil são por excesso de velocidade.
Em depoimento emocionado enviado por celular, Fabricia Gouveia, que perdeu o marido e a sogra em acidente recente em Brasília, supostamente provocado por um racha entre outros veículos, promete buscar a Justiça até o fim. Também por meio de vídeos, Renata Florentino, coordenadora-geral da ONG Rodas da Paz, comenta os direitos dos ciclistas, e Uirá Lourenço, colaborador do Portal Mobilize Brasil, fala de sustentabilidade. Essa edição conta, ainda, com a opinião de populares.
O Diálogo Brasil vai ao ar sempre às segundas-feiras, às 22h, pela TV Brasil.
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