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Diplomata Rubens Barbosa analisa política internacional

Temas globais e conjunturas específicas pautam entrevista

Ex-embaixador do Brasil em Washington e em Londres, o diplomata Rubens Barbosa, que atualmente preside o Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior, conversa com o jornalista Moisés Rabinovici no programa Um Olhar sobre o Mundo desta segunda (30), às 21h45, na TV Brasil.

O convidado conduz o telespectador a uma verdadeira viagem de observação a vários pontos de planeta, analisa a movimentação dos mais importantes líderes mundiais e comenta a atual situação de países como Estados Unidos, Rússia, Alemanha, França, China, Síria, Irã, Coréia do Norte, Cuba, Israel, Venezuela, e Iraque.

Ao abordar os recentes pronunciamentos e manobras de Donald Trump, o diplomata que, entre outros títulos, é mestre em política internacional pela London School of Economics and Political Science, disse que o presidente norte-americano tem como principal marca a imprevisibilidade e habitualmente volta atrás em suas declarações e ações. "Nós estamos vendo várias coisas que ele começa radical e depois muda".

Com isso, segundo Rubens Barbosa, Trump cria insegurança e incerteza nas relações internacionais econômicas e políticas. "O que ele está fazendo das relações de troca, com medidas restritivas em relação ao aço, ao alumínio, políticas restritivas em relação à China, à Europa, desafiando a Organização Mundial de Comércio, tudo isso, na minha visão, a gente não deve tomar como uma coisa definitiva, porque ele já está voltando atrás".

Para exemplificar, o diplomata citou os comentários agressivos de Trump contra o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, nos últimos meses. Logo depois, o presidente americano fez declarações que abrem a perspectiva de um encontro entre os dois.

O diplomata destacou que Trump não estaria fazendo nada contrário ao que prometeu em sua campanha para a presidência dos Estados Unidos. "Ele está colocando em vigência nos EUA tudo aquilo que ele prometeu na eleição. E uma das coisas que ele prometeu na eleição é colocar os EUA em primeiro lugar" disse.

Na entrevista para Rabinovici, Rubens Barbosa comentou também a situação do Oriente Médio, onde, no último dia 13, os EUA, ao lado da França e do Reino Unido, bombardearam a Síria em retaliação a um suposto ataque com gás que as forças sírias teriam desfechado contra rebeldes. Ele afirmou que há uma instabilidade crescente no Oriente Médio.

"Esse último incidente dos EUA atacando a Síria mostra como a situação internacional está totalmente desequilibrada, sem orientação. Quer dizer, o ataque americano foi feito sem nenhuma investigação e sem nenhuma prova concreta. Eu estava lá em 2012, inventaram que havia armas químicas no Iraque e deu no que deu..."

Barbosa lembrou que o Conselho de Segurança e as Nações Unidas continuam totalmente marginalizados diante da crise na Síria. Ele se mostrou pessimista em relação a soluções a curto prazo na região. "A solução da Síria não é militar, mas uma negociação política", garantiu.

Ponderou que a comunidade internacional deveria entrar nessa questão porque ali, onde atuam vários grupos radicais apoiados pela Rússia e pelos EUA, o cenário é de grande destruição e já morreram quase 500 mil pessoas.

Ainda sobre o Oriente Médio, Barbosa disse que o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel por parte dos EUA, que transferirá a embaixada norte-americana para lá, provocará reações e não haverá concordância por parte de outros países. A decisão dos americanos de reconhecer Jerusalém como capital israelense, segundo o diplomata, se choca com resolução que foi aprovada na ONU. "A resolução prevê que a Palestina poderia ter também a capital lá em Jerusalém", argumentou.

Em sua análise da situação mundial, Barbosa focou também a eleição de líderes nacionalistas e populistas na Europa e comentou o aumento da xenofobia na região. "Estamos vendo um crescimento geral desse movimento de direita nacionalista, xenófobo que foi aguçado e que foi até estimulado por esse grande fluxo de imigrantes que decorrem da instabilidade do Oriente Médio", explicou.

Barbosa discorreu também sobre a situação de Angela Merkel na Alemanha e falou sobre a substituição de Raul Castro por Miguel Díaz-Canel em Cuba. Ele aposta que não haverá mudanças na parte política. "Até porque Castro vai continuar como secretário geral do partido e tem mais influência até do que o próprio presidente".

O diplomata abordou também a situação da Rússia e de seu líder, Vladimir Putin. "Acho que Putin é um dos líderes mais bem sucedidos do mundo. Ele está restaurando gradualmente a posição da Rússia como grande potência", disse.

Ressaltou que a Rússia, assim como a China e os EUA, está também procurando defender antes de tudo seus próprios interesses. "Então, o nacionalismo russo, chinês, americano hoje estão predominando", enfatizou. Afirmou que a Rússia está cada vez mais influente no comércio internacional e inclusive desenvolvendo novas logísticas de transporte.

"Recentemente saiu da Rússia um navio que passou pelo Polo Norte com gás e petróleo para entregar aqui no Ocidente. Isso é uma revolução no transporte global de mercadorias e, sobretudo, de produtos primários" contou Barbosa. Disse que dentro dessa estratégia, a Rússia vai apresentar muitas novidades para o mundo em relação aos Estados Unidos, à Europa, ao Oriente Médio e mesmo para a América do Sul.

O diplomata falou ainda sobre a China que, a seu ver, também prepara uma grande expansão no mundo. Destacou que o país de Xi Jinping está tentando se colocar em pé de igualdade com os Estados Unidos. "A China já é a segunda economia do mundo, é o maior importador, o maior exportador, com uma grande inovação tecnológica em todo o país", destacou.

Serviço:
Um Olhar sobre o Mundo – segunda-feira (30), às 21h45, na TV Brasil.

Da Gerência de Comunicação Institucional
Empresa Brasil de Comunicação - EBC
Contato: (21) 2117-6818

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Criado em 27/04/2018 - 16:30 e atualizado em 27/04/2018 - 16:30

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