Aderbal Freire-Filho abre o papo com uma pergunta sobre o envolvimento de Rodas no Movimento 26 de Março, paralelo ao Movimento Liberação Nacional dos Tupamaros, que buscavam o fim da então vigente ditadura civil-militar no Uruguai. “Foi um momento político muito cruel”, lembra o diretor. “Não havia ninguém que já não estivesse dentro, que já não estivesse comprometido (com um dos movimentos). Uma noite, eu estava chegando em casa e a casa havia sido invadida por militares.”
Nascido no Uruguai mas radicado em Brasília há 40 anos, Hugo Rodas se considera candango e um confesso apaixonado pelo Brasil. “Quando me perguntam 'por que você escolheu o Brasil, por que você está aqui?’, eu digo 'porque prefiro sofrer com o samba a que não sofrer com o tango”, revela com o humor que, segundo ele próprio, é marca do brasileiro. “Vocês têm um humor insuportável, realmente. Vocês conseguem levar tudo de uma maneira tão inacreditavelmente saudável!”
A conversa percorre momentos marcantes da trajetória profissional e pessoal de Rodas, inclusive o momento em que conheceu Brasília, na década de 1970, quando conviveu com artistas como Cassia Eller e Dado Villa-Lobos. Para o diretor, Brasília vivia um momento especial. “A sensação era de que todo mundo 'se precisava'…. O rico precisava do pobre, a festa precisava da turma divertida, a diplomacia se misturava com o mundo intelectual e com o mundo maluco e com os músicos. Disso é que todos somos produtos.”
Serviço:
Arte do Artista com diretor Hugo Rodas
Terça-feira, 6 de junho, às 21h30, na TV Brasil.
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