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Espaço Público recebe o economista Luiz Gonzaga Belluzzo

Convidado analisa os rumos da economia brasileira e comenta a

Espaço Público

No AR em 23/12/2015 - 01:00

Luiz Gonzaga BelluzzoPara o economista e professor Luiz Gonzaga Belluzzo, a discussão sobre a crise econômica no Brasil “ficou muito provinciana”. Ele disse, em entrevista ao programa Espaço Público, de 22/12, na TV Brasil, que o debate desconhece “completamente” o que está ocorrendo na economia mundial, com a desaceleração chinesa, o “baixo e frágil” crescimento dos Estados Unidos e a estagnação europeia.

Belluzzo, que em 2001 passou a figurar no rol dos 100 maiores economistas heterodoxos do século 20 – conforme o Dicionário Biográfico de Economistas Dissidentes (Biographical Dictionary of Dissenting Economists) -, conclamou a classe política a ter “clareza” do momento e se apegar “à ideia de que o país é o mais importante”. Segundo ele, “é ilusão achar que a economia é autônoma, independente da vida política”.

Apaixonado por futebol, tendo inclusive presidido o Palmeiras, o economista disse que anda no meio das torcidas e sabe como o povo pensa. Segundo ele, diferentemente do que ocorreu na época do presidente Fernando Collor, a sociedade brasileira não está se mobilizando pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff, mas “em direção contrária”. Isso, explicou, por entender o processo como “um atentado contra os direitos” do povo, uma violência que torna ilegítimo o governo eleito e trará consequências funestas para o país.

Belluzzo apontou erros cometidos no passado. Criticou o choque da taxa de juros e o fato de o governo ter segurado os preços da gasolina e as tarifas de energia. Ele citou uma imagem usada por sua fisioterapeuta para definir o que fazem com a economia brasileira: “Estão apertando o pescoço do paciente, para ver se o coração dele funciona melhor e, assim, ele consegue se recuperar”. Depois comentou que o próprio FMI (Fundo Monetário Internacional) tem conclamado os países a lançarem programas de investimentos em infraestrutura, para combater a crise econômica.

Na opinião de Belluzzo, o impeachment tiraria o sossego do país. “As pessoas não vão aceitar. Muito menos, uma ruptura seguida de perda de qualidade de vida, com a crise econômica”. O economista tem passagens pelo governo no currículo. Paulista de Bariri, com 73 anos de idade, ele foi assessor econômico e secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda na década de 1980. Em 2005, recebeu o Prêmio Juca Pato, como Intelectual do Ano. Além de professor titular do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), é consultor editorial da revista CartaCapital.

Também é formado em direito e ciências sociais pela Universidade de São Paulo (USP), pós-graduado em desenvolvimento econômico pela Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) e doutor em economia pela Unicamp. Já publicou, entre outros, o livro “Os antecedentes da tormenta” e “Ensaios sobre o capitalismo no século XX”, sendo ainda coautor de “Depois da queda, luta pela sobrevivência da moeda nacional”.

O Espaço Público é apresentado pelos jornalistas Paulo Moreira Leite e Florestan Fernandes Júnior. Esta edição teve a participação da jornalista Catherine Vieira, do jornal Valor Econômico.




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Criado em 21/12/2015 - 14:01 e atualizado em 24/12/2015 - 12:54

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