As condições em que uma pessoa vive e trabalha têm relação direta sobre sua saúde. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), fatores sociais, culturais, econômicos, comportamentais, entre outros, influenciam na ocorrência de doenças e fatores de risco na população. O tecnologista de políticas em saúde Andrey Lemos destaca que a discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero é também um fator determinante para LGBT's.
"A discriminação faz com que essas pessoas tenham pouca autoestima e consequentemente busquem pouco os serviços de saúde", avalia. Os números ainda são modestos, mas, de acordo com o Ministério da Saúde, já se observa um crescimento ao longo dos anos no atendimento a transexuais e travestis no Sistema Único de Saúde (SUS). Dados do órgão apontam 4.467 atendimentos ambulatoriais dessa população em 2016, um aumento de 32% em relação
a 2015.
Em termos normativos, destacam-se a garantia de acesso LGBT ao SUS, com a Politica Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, de 2013, o uso do nome social e cartilhas de atenção integral, como a lançada em 2016 sobre o acolhimento a homens gays e bissexuais.
No entanto, a realidade no atendimento à saúde da comunidade LGBT ainda é discrepante. Para Andrey, é preciso que se cultive respeito à identidade de gênero e ao nome social, questões que esbarram, além do mais, na falta de formação.
Leia também: Estado laico e a difícil dissociação entre igreja e governo
"Precisamos fortalecer mais o processo de educação e pensar uma formação para os profissionais de saúde que possa perceber que existe uma diversidade de sujeitos e que eles precisam ser acolhidos e assistidos na sua integralidade", completa o especialista.
>> Saiba mais sobre o assunto no Estação Plural de segunda-feira (6/2), que recebe o ator Cássio Scapin. Às 22h na TV Brasil.
Clique aqui para saber como sintonizar a programação da TV Brasil.
