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"Estado precisa retomar controle dos presídios", diz Moro

Ministro da Justiça e Segurança Pública é o entrevistado da estreia

Impressões

No AR em 16/04/2019 - 23:00

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, afirmou que o Estado precisa retomar o controle dos presídios e pôr fim ao domínio das facções nas penitenciárias. “Isso significa, muitas vezes, ampliar o sistema carcerário, mas também reformar as prisões já existentes. Significa investimentos. Existe um problema de crise fiscal, mas nós temos que tentar resolver’, disse Moro em entrevista à jornalista Roseann Kennedy na estreia do programa Impressões.

Moro ressaltou que a criminalidade não se resolve da noite para o dia e destacou que o Ministério está agindo em várias frentes. Uma das medidas é a elaboração de um projeto piloto que será implementado em cinco cidades e deve começar no segundo semestre deste ano. O trabalho envolverá a coordenação de esforços da União, estados e municípios. Contará com a atuação da Força Nacional e integrará ação policial e políticas sociais e urbanísticas no enfrentamento ao crime.

Sérgio Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública, é o entrevistado de estreia do programa Impressões
Sérgio Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública, é o entrevistado de estreia do programa Impressões - Divulgação/TV Brasil

“Tem a famosa frase que o melhor policial é um poste de luz. Então você vai numa área degradada e olha, qual é problema ali? Não é simplesmente tirar o criminoso violento da rua. Isso é importante. Mas a gente precisa, também, restaurar áreas que estejam degradadas, pensar em políticas educacionais específicas”, pontuou.

O ministro defendeu a política adotada nos presídios federais, e em relação à rejeição em algumas unidades da federação para abrigar essas instalações disse que “há um certo temor, muitas vezes irracional”, pois o preso está dentro da prisão, está controlado. Ele lembrou, ainda, que “vivemos num país único e é preciso que todos cooperem”.

Sérgio Moro disse esperar que o Congresso vote até o fim deste ano o pacote anticrime e admitiu a possibilidade de aprimoramento da matéria durante as discussões. “É natural que dentro do Congresso haja um tempo de deliberação. Haja possibilidade de aprovação total ou rejeição parcial", disse.

Embora defenda que sua atuação no Ministério seja técnica, Moro sabe que agora também precisa fazer articulação política e diz que não há problema nisso. “Não tem nada negativo de ter a necessidade de conversar, de dialogar, de convencer, de ouvir bastante, para implementação dessas políticas públicas. Isso eu acho algo natural”, avaliou o ministro, que revelou estar gostando da proatividade no Executivo e que, por hora, não sente saudades do trabalho de magistrado. “Como juiz a sua postura é muito mais passiva. Você decide as questões que as pessoas colocam perante o juiz. Como ministro eu posso ter iniciativa e coordenar políticas públicas mais abrangentes”, explicou.

Na linha da proatividade, neste mês Sérgio Moro abriu uma conta no Twitter. Em quinze dias, já tem mais de 600 mil seguidores. Ele avaliou que é uma boa forma de ter uma comunicação direta com a população via rede social, sem a necessidade de intermediação da mídia tradicional. “Veja que a imprensa tem um papel essencial. A imprensa livre é fundamental para uma democracia. Agora isso não impede que sejam adotadas outras formas de comunicação”, argumentou.

Mas Sérgio Moro também sabe que as redes sociais, muitas vezes, têm um ambiente belicoso e aconselha: “Tem de tomar um pouco de cuidado. Não pode ter aquele duplo padrão de comportamento, em que você é um fora da rede social e dentro da rede social você se transforma. Tem que pensar assim: você falaria para aquela pessoa isso que você está escrevendo na rede social se estivesse frente a frente?”

Com os memes, ele não se incomoda e até sorri das brincadeiras, desde que não sejam de mau gosto. “Aquela pessoa que não consegue rir de si mesmo tem algum problema”, analisa.

Jornalista Roseann Kennedy entrevista o ministro Sérgio Moro
Jornalista Roseann Kennedy entrevista o ministro Sérgio Moro - Divulgação/TV Brasil

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Criado em 16/04/2019 - 10:25

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