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"Superexposição destrói carreiras", diz Marcus Montenegro

Empresário caça-talentos é o convidado desta edição

Impressões

No AR em 17/09/2019 - 23:00

A superexposição é um grande problema da atualidade e pode destruir carreiras sólidas. Quem faz o alerta é o empresário Marcus Montenegro, CEO da Montenegro Talents. “Você vê quantas pessoas consagradas podem ser massacradas, às vezes, com uma coisa dita no momento errado ou de forma mal interpretada”, afirma, em entrevista à jornalista Roseann Kennedy, no Impressões.

O empresário orienta que, num momento em que todos usam as redes sociais para “apontar o dedo”, é preciso se preservar para construir uma trajetória de sucesso. “Vivemos na rede do achismo. Conteúdo zero. Todos têm opinião para tudo. O profissional tem que ser reservado ao máximo, expor o mínimo da vida pessoal. E apresentar conteúdo”, afirma. 

Marcus Montenegro: Na época do achismo, superexposição destrói carreiras
Marcus Montenegro: Na época do achismo, superexposição destrói carreiras - Divulgação/TV Brasil

Montenegro agencia mais de 350 atores, diretores e autores. Em seu casting há nomes como Francisco Cuoco, Eva Wilma, Irene Ravache, Rosamaria Murtinho, Cláudia Raia, Thalita Rebouças, dentre tantos outros. Atualmente ele também expõe seus ensinamentos em palestras para centenas de pessoas que querem entrar para o mundo artístico. 

Na empresa, Montenegro é taxativo: “Famosos de 15 minutos não entram”. Para agenciar um novo talento, ele exige formação e disciplina. “Ator para mim que não estuda não é ator. Eu gosto de ator que tem preparo psíquico, cultural e físico. Uma inteligência emocional. Hoje, se o artista não tiver esse todo, ele não sobrevive. Os 15 minutos da fama podem surgir para todo mundo. O mais difícil não é nem entrar, é permanecer”, constata. 

Muito do que Marcus Montenegro aprendeu e viveu em mais de 30 anos de trabalho no ambiente artístico estará na biografia ‘Caçador de Talentos’ . O livro está sendo escrito por Arnaldo Bloch e será lançado em maio de 2020. A obra, segundo ele, apresentará uma visão completa do mercado, dos profissionais e vai homenagear grandes artistas. Tudo entrelaçado com a trajetória do empresário que tem muita história para contar. 

Na adolescência, Montenegro queria ser médico, mas não passou no curso de Medicina na universidade federal e resolveu fazer uma virada no projeto de vida. Apaixonado pela arte, percebeu que era uma pessoa da Comunicação. 

Ainda na faculdade, ele começou a estagiar numa produtora de vídeo institucional. Aprendeu noções de câmera, edição, direção, produção e roteiro, identificando-se imediatamente com a produção. Com a ânsia de aprender mais, deixou de ter carteira de trabalho assinada para estagiar no programa ‘Pequenas Empresas & Grandes Negócios, que está no ar até hoje. 

Decidiu seguir a carreira de produtor teatral, com apenas 19 anos. “Era a minha alma, era o meu desejo. Até que tive a felicidade, em 1990, de conhecer o Wolf Maia e nós montamos a Companhia do Lobo”, relembra. Logo fez sucesso e ganhou o Prêmio de Melhor Produtor do Ano com o musical 'Blue Jeans'. Lançou artistas como Fábio Assunção, Maurício Mattar e Alexandre Frota. “Foi um estouro, no Brasil não tinha essa tradição de fazer grandes musicais, no teatro”, observa. 

Montenegro produziu outros musicais e conquistou mais premiações. Foi quando conheceu Nilson Raman, empresário da cantora Bibi Ferreira, que começou a empresariar artistas. A atriz Nathalia Timberg foi a primeira cliente. “Nathalia é madrinha do escritório e ela que apostou a vida inteira em mim, como ninguém. Acabei de fazer a grande festa dos 90 anos dela com muito orgulho, né? Orgulho em todos os sentidos. Pela nossa grande história, pela nossa trajetória de amizade e por ela chegar aos 90 anos fazendo TV e teatro”, comemora.

Roseann Kennedy entrevista o empresário Marcus Montenegro
Roseann Kennedy entrevista o empresário Marcus Montenegro - Divulgação/TV Brasil

O caça-talentos ainda encontra tempo para fazer eventos sociais para ajudar a Casa dos Artistas. Foi assim, por exemplo, que comemorou seus 50 anos, em fevereiro. Ele diz que a doação pode ser de objetos, de prestação de serviço, do que a pessoa puder oferecer. “Não dá pra você cobrar tudo do poder público. Se todo mundo fizer um pouquinho o mundo vai ser muito mais fácil de viver”, finaliza. 

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Criado em 11/09/2019 - 11:40

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