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A trajetória de um Império

Dona Ivone Lara e Roberto Ribeiro contam a história da escola de samba

Musicograma

No AR em 27/08/2013 - 22:30

Dona Ivone Lara é um dos grandes nomes do samba brasileiroEm ritmo de Carnaval, o Musicograma reapresenta a história de um império construído aos redores de Inhaúma e Serrinha, bairros do subúrbio carioca e um complexo onde convivem a umbanda, o jongo e o samba.

Nascida em 1921, Dona Ivone Lara vivenciava essa cultura. Estudava em colégio interno e suas amigas da aula de música eram Zaíra Oliveira, mulher de Donga e Lucília Villa-Lobos. O talento de Ivone levou-a ao Orfeão dos Apinacás, regido por Villa-Lobos, marido de Lucília. O dom natural somado ao estudo fizeram com que Ivone adotasse a música como expressão.

No início dos anos 1940, essas culturas locais começaram a definir as cores da Império Serrano. Ivone vivenciava tudo isto, recolhendo aqui e ali informações sobre sua herança. Do pai, integrante do Bloco dos Africanos, e do tio Dionísio, veio a paixão pelo cavaquinho. Da avó moçambicana veio o gosto pela dança e o prazer de versar. A cultura do jongo é tão marcante na Serrinha que é impossível separá-la da história do morro.

Ao vencer os carnavais de 1951, 1955, 1956 e 1960, a Império Serrano mostrou a que veio. Apesar do sucesso, Dona Ivone Lara não se dedicava de corpo e alma à carreira artística. Logo após o Carnaval, vestia seu uniforme branco de enfermeira. Somente quando se aposentou, aos 56 anos, passou a cantar com dedicação. Ivone é a última compositora e cantora de samba que ostenta o título de Dona. As "donas" do samba, como foram as mangueirenses Neuma e Zica, são raras. São as guardiãs da memória das suas comunidades e têm a obrigação de passá-la adiante.

Roberto Ribeiro recebeu esta herança, quando ingressou na Império Serrano em 1971, até chegar aí, ele percorreu uma caminho em que a música não era prioridade. Quando criança, Roberto participava das folias locais, como o Boi Pintadinho, o tambor e o fado. Por influência do pai, apaixonou-se por samba e futebol, mas o gramado o atraía mais que o palco. Percebeu que sua vida profissional se dividia entre o Fluminense e a Império Serrano, onde cantou seus carnavais durante sete anos. Poucos intérpretes diziam um samba com tanta garra e sinceridade quanto ele. Casou-se com Liette de Souza, compositora e irmã do sambista Jorge Lucas. Foi ela quem o levou para a Império.

Este Musicograma é uma mostra do talento ilimitado dos grandes compositores das escolas de samba. Roberto Ribeiro teve uma carreira curta. Foram treze discos solos em 24 anos de carreira. Em muitos pontos, a sua vida artística experimentou os altos e baixos da Império Serrano. Ele morreu em 1996, vítima de um atropelamento. Sua história está contada no livro Dez anos de Saudade, escrito por sua mulher Liette de Souza Maciel.




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Criado em 29/01/2013 - 15:34 e atualizado em 27/08/2013 - 15:51

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