Marisa Gata Mansa é de uma época em que a MPB rimava sem vexame, amor e dor. O romantismo estava na moda. E com ele, a paixão. Um sentimento que mobilizava versos e melodias. Todos os gêneros musicais estavam a serviço da sedução: valsa, bolero, samba-canção, expressos nas vozes de Francisco Alves, Vicente Celestino, Cauby Peixoto, Orlando Silva e na matriz de todas as vozes femininas da MPB, Dalva de Oliveira.
Foi neste ambiente que a cantora de voz mansa e olhos observadores começou a carreira. Marisa Gata Mansa viu a Bossa Nova nascer. Foi a intérprete preferida de Antônio Maria, gravou João Gilberto muito antes que ele achasse o acorde perfeito da Bossa e teve em Dolores Duran o seu espelho e inspiração para a carreira.
Uma das grandes contribuições de Marisa à MPB foi popularizar no Brasil a obra de Cole Porter, detalhe importantíssimo para o diálogo entre a música norte-americana e brasileira das décadas de 1950 e 1960. A maneira única com que interpretava merece homenagens de grandes compositores que criavam canções especialmente para ela. É o caso de Dolores Duran, que compôs para Gata Mansa “Não me culpe”, e do marido, César Camargo Mariano, que a homenageou com a canção “Marisa”.
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