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Precursores da Bossa: Sérgio Ricardo e Johnny Alf

Batida do samba-canção com nuances de jazz pontua obra dos músicos

Musicograma

No AR em 02/06/2013 - 00:30

Johnny Alf - Arte: Osmério EllerSérgio Ricardo - Arte: Osmério Eller

Sérgio Ricardo e Johnny Alf são compositores, cantores e pianistas. A proximidade entre eles só pode ser estabelecida pelo piano, embora Sérgio tenha trocado o piano pelo violão, logo que conheceu a Bossa Nova. Aliás, é a Bossa Nova que os identifica, pois a batida do samba-canção com nuances de jazz pontuava as composições de Sérgio e de Johnny, uma década antes que o samba, batizado de Bossa Nova, ganhasse o mundo.

Sérgio se mudou de São Paulo para o Rio de Janeiro em 1950. Já era radialista, pianista e não demorou muito para se integrar à vida cultural da cidade que vivia os anos dourados do rádio e das boates. Ainda conhecido pelo nome de batismo, João Mansur, era pianista na noite e só adotou o nome artístico Sérgio Ricardo quando começou a trabalhar como ator na TV. Enquanto atuava como galã em telenovelas, trabalhava nos bastidores. Redator, montador, a vida entre a coxia e o palco sempre fascinou Sérgio Ricardo. Na época conheceu a cantora Maysa, o produtor Aloysio de Oliveira e descobriu novos caminhos, quando Aloysio o aconselhou a compor trilhas para o cinema. “A Bossa Romântica de Sérgio Ricardo”, disco lançado em 1960, firmou seu nome no movimento.

Johnny Alf que criou uma obra única na MPB, teve o nome ligado à Bossa Nova pela paixão que os próprios criadores do movimento tinham por ele. O jornalista e escritor Ruy Castro conta: “Rio de Janeiro, 1954, bar do Hotel Plaza, Avenida Princesa Isabel, um jovem com seu piano encantava uma moçada, aprendizes de música. O jovem pianista era Johnny Alf que então, com vinte e cinco anos, estava criando uma música que iria mudar a cena musical brasileira, a bossa-nova. Johnny foi o precursor da bossa-nova. Ela estava sendo gerada, naquele momento, por ele, rapaz de bem, tímido e genial compositor, pianista e cantor. A moçada que ficava à sua volta, querendo entender aquela harmonia tão diferente, era nada mais nada menos que Sylvinha Telles, Luizinho Eça, Carlinhos Lyra, Roberto Menescal, Nara Leão, Luiz Carlos Vinhas. Havia também os que já eram profissionais, mas também fascinados pela música de Johnny. Iam lá para ouvir Alf: Tom Jobim, Newton Mendonça, Lucio Alves, João Donato, Billy Blanco, Dolores Duran, Claudete Soares e um garoto baiano que ficava ali, quietinho, absorto: João Gilberto”.




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Criado em 17/05/2013 - 16:10 e atualizado em 24/06/2013 - 17:21

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