Primeira mulher a presidir a Academia Brasileira de Letras, a escritora Nélida Piñon é a entrevistada do apresentador Raphael Montes, do programa Trilha de Letras, que vai ao ar na terça-feira, dia 13, às 21h15, na TV Brasil. No bate-papo, Nélida fala sobre o início de sua carreira, época em que sofreu críticas e comparações com o trabalho de Clarice Lispector.
Na entrevista, a escritora conta que um crítico literário chegou a chamá-la de "papel carbono" de Clarice. “De uma crueldade sem limite. Arrasador”, desabafou Nélida, na conversa com Raphael Montes. “Ao mesmo tempo, outros diziam que eu era um gênio e que era a nova 'Clarice’”, observou a escritora, que também foi a primeira autora de Língua Portuguesa a receber o Prêmio Juan Rulfo de literatura latino-americana e caribenha.
Amiga íntima de Clarice Lispector, a hoje ex-presidente da Academia Brasileira de Letras conta que a escritora ligou para sua casa, preocupada que os comentários pudessem afetar a relação. "'Nélida, você jura que isso não vai atrapalhar a nossa amizade?' Eu disse: 'Clarice, eu vou ser sua amiga até o final da sua vida e da minha'. E foi", contou.
No Trilha de Letras, Nélida revelou também que as duas não conversavam sobre técnicas narrativas. "A Clarice não gostava. Ela tinha uma singeleza extraordinária e ao mesmo tempo era como se dissesse: 'Chega de tanta literatura'", afirmou a escritora.
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