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Nelson Motta analisa relação entre literatura e música

Convidado revela histórias curiosas da cena musical brasileira

A convergência da literatura com a música pauta a entrevista do experiente jornalista Nelson Motta para o programa Trilha de Letras desta terça (3), às 21h15, na TV Brasil. Escritor, compositor e produtor musical, o convidado recorda diversas situações inusitadas de sua trajetória que se confunde com a de personalidades da música brasileira.

No papo com o apresentador Raphael Montes, à vontade, em sua casa, o veterano conta episódios pitorescos como a polêmica em relação à biografia de Tim Maia. Descontraído, Nelson Motta explica que compõe sucessos em cima de uma melodia como nos hits "Bem que se quis" e "Como uma onda".

Motta destaca de que forma a verve letrista de compositor o tornou um escritor melhor. "Quando você vai escrever um livro é o ritmo que leva o leitor adiante. Para levá-lo ao próximo parágrafo não basta a trama. O ritmo vai hipnotizando. Isso me ajudou. Na hora de escrever, posso ter todos os defeitos, menos falta de ritmo e sonoridade nas frases", pondera.

"A música é importante para alimentar a literatura em certo sentido. Como eu fiz muita letra de música, que é um exercício intelectual duríssimo porque você tem uma estrada limitada com ritmos que você tem de adaptar, você tem de contar uma história em 20 versos e dois minutos. É um exercício de síntese e de sonoridade muito bom", ensina o caçador de talentos que já apadrinhou muitos artistas.

Tropicalismo

Astuto e despojado, Nelson Motta comenta com Raphael Montes no papo gravado para o Trilha de Letras como sua carreira foi construída e de que modo vários acontecimentos curiosos a influenciaram como o fato de ter cunhado, sem querer, o nome do movimento tropicalista.

"É resultado de uma noite de chopp e animação aqui no verão com Glauber Rocha, Barretão, Cacá Diegues e a turma de cinema. Queríamos saudar o momento que a gente estava vivendo: ‘Terra em Transe’, o Teatro Oficina, a música de Gil e Caetano, Hélio Oiticica e tudo isso acontecendo ao mesmo tempo. Havia grande euforia com isso porque não se via desde 1922 na Semana de Arte Moderna", recorda.

"Publiquei uma coluna com o título ‘Cruzada Tropicalista’. Foi tão irresponsável, mas foi levado a série. Gente ficou contra e a favor. Precisava dar um nome. Na época, Caetano (Veloso) odiou o nome e eu também. Anos depois, ele passou a amá-lo. Todo mundo acha que não poderia ter nome mais apropriado e abrangente que serve para tudo. É um movimento e linguagem brasileira", recorda.

Cena musical contemporânea

Nelson Motta comenta a nova MPB e a nova cena da música brasileira atual. "Tem muitos bons artistas nesse filão pop e MPB. Adoro vários. Amor o Tim Bernardes e o Terno. É o meu favorito. É um espetáculo. Encontrei com Caetano (Veloso) e falamos. ‘Nós pensávamos que já estava tudo feito’. E rimos muito com isso", recorda.

Durante a conversa, o crítico declara que gosta bastante de Paula Fernandes e Anitta. Nelson Motta destaca suas preferências. "Não gosto do sertanejo, mas tenho interesse sociológico pelo funk, mas que social. É uma música boa também, pancadão, é um ritmo original brasileiro, está indo para o mundo", avalia.

Literatura de ficção

Além de compositor e jornalista, Nelson Motta também redige obras de ficção como "O Canto da Sereia", livro de literatura policial com música e Bahia. As publicações desse segmento do autor também estão em debate no Trilha de Letras. "O texto encontrou sua melhor tradução na televisão. Eu amei a série. A série é melhor que o livro porque o livro era minha primeira experiência na ficção e eu ainda não dominava a estrutura", admite.

Além da conversa sobre literatura e música, Raphael Montes e o convidado abordam no Trilha de Letras a biografia do jornalista, "As sete vidas de Nelson Motta". O renomado produtor musical e escritor também dá dicas para os jovens autores.

O Trilha de Letras desta semana também traz o depoimento do músico Chico César. No quadro "Leituras com a Katy", "O Primo Basílio", de Eça de Queiroz, é a dica da jornalista Katy Navarro. Já o projeto "CRIA", ganha espaço no quadro "Dando a letra".

Sobre o Trilha de Letras

Dirigido pela jornalista Emília Ferraz e apresentado pelo escritor Raphael Montes, o programa Trilha de Letras tem reprise na TV Brasil às quartas, às 6h da manhã e na madrugada de domingo para segunda-feira, à 0h30.

A atração literária também pode ser acompanhada nas ondas do rádio toda terça-feira, às 23h, na Rádio MEC AM Rio 800kHz, e aos domingos, na mesma emissora, às 12h30.

Serviço:
Trilha de Letras – terça-feira, dia 4/12, às 21h15, na TV Brasil.
Trilha de Letras – terça-feira, dia 4/12, às 23h, na Rádio MEC AM Rio 800kHz.
Trilha de Letras – quarta-feira, dia 5/12, às 6h, na TV Brasil.
Trilha de Letras – domingo, dia 9/12, às 12h30, na Rádio MEC AM Rio 800kHz.
Trilha de Letras – domingo, dia 9/12, para segunda-feira, dia 3/11, à 0h30, na TV Brasil.

Da Gerência de Comunicação Institucional
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Contato: (21) 2117-6471 / (21) 2117-6239

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Criado em 03/12/2018 - 11:45 e atualizado em 03/12/2018 - 11:45

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