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Série Exílio e Canções estreia na quarta e aborda a experiência do exílio por meio de referências musicais

Série é apresentada pelo cantor Sérgio Britto, do grupo Titãs

Almino Afonso é a personagem de estreia de Exílio e CançõesA TV Brasil estreia no dia 10 de setembro, quarta-feira, às 23h, uma nova série: Exílio e Canções. O programa, apresentado pelo cantor Sérgio Britto do grupo Titãs, vai mostrar um caminho de lembranças e histórias de exilados e filhos de personagens ilustres que passaram por tais momentos. Arte, música, literatura, vivências pessoais e diferenças culturais são discutidas a partir dessas experiências. Com leveza, sem deixar de lado a questão política, Exílio e Canções traz informação com viés diferenciado em seis episódios e um grande especial somente com músicas – interpretadas por Sérgio Britto – que marcaram a vida dos convidados no exílio.

Sérgio Britto deixou o Brasil para encontrar o seu pai, o exilado político Almino Afonso, no Chile. “Eu tinha seis anos quando cheguei no Chile, em 1966, dois anos depois da ida do meu pai. Fiquei lá até os 14 [anos] e já tinha bastante noção do que estava acontecendo, mas não tenho recordação traumática do período. Minha família soube proteger a gente quando tudo aconteceu”, recorda Britto.

Sobre a experiência de ser apresentador, Britto conta que nunca havia pensado nisso e o que o mais difícil foi achar o tom, especialmente para as falas em off. “Fiquei mais à vontade tocando as canções no violão do que fazendo as entrevistas”, diz. “O que eu tinha que fazer era chamar por essa memória afetiva [dos convidados]”.

No primeiro episódio, nesta quarta, 10 de setembro, às 23h, o convidado é Almino Afonso, pai de Sérgio Britto. Em 1964, o político aparece em uma lista que suspende, por dez anos, os direitos políticos de 102 brasileiros. Pai e filho relembram histórias da vida no exílio, do período em que viveram no Chile até a derrubada do regime democrático e seu presidente, Salvador Allende. Almino ainda narra o encontro com Geraldo Vandré, no Chile, e é homenageado pelo filho, que canta “Pra não dizer que não falei das flores”, canção que marcou a resistência à ditadura militar.

Além de Almino Afonso, participam da série Exílio e Canções:
Ciro Barcelos: coreógrafo, diretor, cantor e bailarino. Foi o caçula dos Dzi Croquettes, um grupo contracorrente formado no começo dos anos 70 e composto por 13 homens barbudos que se vestiam de mulher. Ciro volta aos seus 17 anos e vai contar como foi o período marcado pelo veto aos direitos, opressão policial e censura aos canais de informação e às produções culturais.
Marta Nehring: viveu seis anos no exílio. Aos cinco foi para Cuba, passou pela França e voltou para o Brasil em 1975. Além da música, Marta utilizava a literatura para matar as saudades do Brasil. Leu cinco vezes o Sítio do Pica-Pau Amarelo e praticamente decorou Capitães de Areia. Marta Nehring é documentarista. Estudou Publicidade e Letras e é doutora em Cinema pela USP.
Ana Maria Machado: é escritora, membro da Academia Brasileira de Letras, com mais de cem obras publicadas. No início de 1970, logo após o decreto AI-5, foi exilada na Europa. Trabalhou na revista Elle, em Paris, e na BBC, em Londres. Lecionou na Sorbonne e participou de um grupo de estudantes cujo professor era Roland Barthes – o grande nome da Semiologia.
Rosiska Darcy de Oliveira: é imortal da Academia Brasileira de Letras. Em 1970 tem a carreira jornalística interrompida pelo exílio. Foi acusada pela ditadura militar de denunciar a prática sistemática de tortura contra opositores políticos. Obrigada a se refugiar em Genebra, na Suíça, encontrou-se com Paulo Freire e atuou no campo da educação junto ao mestre Jean Piaget.
José Celso Martinez Corrêa: autor, diretor e ator de teatro. Em 1974, José Celso é preso e torturado em companhia do cineasta Celso Lucas. O exílio foi em Lisboa, Portugal. Por lá, encenaram “Galileu Galilei”, inspirado em Brecht; “O discurso do movimento” e “Carnaval do Povo”, criação coletiva para ruas, fábricas, casernas, fazendas e festas populares. Passou por Moçambique e Londres também.

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Criado em 08/09/2014 - 15:04 e atualizado em 08/09/2014 - 15:05

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