O país acompanha milhares de pessoas indo às ruas pelos mais diversos motivos: contra a corrupção, contra o governo de Dilma Rousseff, a favor da democracia, contra o golpe. A crise política tem tomado os jornais, as conversas em bares e as discussões em família. O Caminhos da Reportagem desta quinta-feira, 24 de março de 2016, às 22h, na TV Brasil, mostra o comportamento e a reação do país no atual momento.
Para apresentar uma discussão ampla sobre o tema, o programa consulta juristas, cientistas políticos, jornalistas, filósofos, historiadores, sociólogos e especialistas. Eles traçam uma análise do Brasil de ontem e dos seus reflexos nos dias atuais. Participam do programa nomes como Fábio Konder Comparato e Dalmo Dallari.
Na política, as opiniões são claras e extremas – o que é perceptível no Congresso Nacional. As notícias da Operação Lava Jato, que investiga denúncias de corrupção na Petrobras, tem pautado as discussões.
O "clima quente" da política tem se refletido na sociedade. Nas redes sociais, as opiniões são, muitas vezes, radicais. As famílias também se dividem nas opiniões. A tolerância com o que o outro pensa é cada vez menor. Até mesmo pessoas já estão sendo agredidas por usarem uma determinada cor ou simplesmente por se encaixarem num estereótipo que não agrade um grupo.
O Caminhos da Reportagem também aborda como a mídia tem feito a cobertura de fatos novos que tem saído a cada instante. O jornalista tem tido um papel de digerir rapidamente essa avalanche de informações e repassar para o público, que imediatamente já emite opiniões. A equipe da emissora ouviu um correspondente internacional para ver como tudo isso tem repercutido no exterior. Ao mesmo tempo, há a reação do público, que muitas vezes rotula o jornalismo e até agride profissionais que são acusados de parcialidade.
O programa jornalístico ainda resgata vários momentos que o Brasil foi marcado por manifestações nas ruas, como em 1954, com a morte do então presidente Getúlio Vargas, que levou às ruas três milhões de pessoas contra os opositores do político. Dez anos depois, a Marcha com Deus, pela Família e a Liberdade em reação às reformas de base anunciadas pelo presidente João Goulart resultaram na tomada de poder pelos militares, numa ditadura que durou 30 anos.
A retomada da democracia viria pelas ruas também. Greves sindicais enfraqueciam o governo militar no fim da década de 1970 e, em 1984, as "Diretas Já" marcaram o retorno à democracia – que ocorreria de fato apenas 5 anos mais tarde. Em 1992, estudantes sairiam às ruas e ficaram conhecidos como Caras Pintadas, nos protestos que resultaram no impeachment do presidente Fernando Collor de Mello, acusado de irregularidades no governo.
Serviço
Caminhos da Reportagem – quinta-feira (24), às 22h, na TV Brasil
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