Uma das vozes que mais ecoa na Cidade de Deus, comunidade no Rio de Janeiro, o rapper MV Bill é o convidado desta sexta-feira, 1º de abril de 2016, do programa Estação Plural, às 23h, na TV Brasil. No programa, o ativista social destaca temas como meritocracia, desigualdade e sua produção musical.
Ator e escritor, ele faz do som uma forma de defender seus pontos de vista e lutar contra o preconceito. No papo com os apresentadores Fefito, Mel Gonçalves e Ellen Oléria, o artista também reflete sobre a música em tempos digitais. O programa conta ainda com a participação de especialistas nas áreas de educação e música.
Para MV Bill, a sua arte começou no movimento social. Ele partiu para a luta em favor dos excluídos e para combater o preconceito contra os negros. Em 1999, o ativista criou a Central Única das Favelas com o objetivo de dar voz e apoio aos jovens moradores das comunidades. Hoje, a CUFA atua em favelas por todo o país.
Em relação à questão musical no Brasil, o jornalista musical Pedro Alexandre Sanches dá uma opinião polêmica sobre a renovação na MPB. O pesquisador provoca: "Quem sabe o Wesley Safadão é o novo Chico Buarque?"
Relação entre meritocracia e desigualdade social
O programa aborda, ainda, a meritocracia e discute como as desigualdades sociais brasileiras são um sério desestabilizador para o sistema de gestão do país. "Difícil imaginar que as conquistas se baseiam apenas no mérito quando os pontos de partida podem ser tão diferentes para duas pessoas de classes sociais distintas", avalia MV Bill que considera a comparação injusta. "A educação no Brasil é um artigo de luxo", sentencia o rapper.
A professora Carolina Freitas se utiliza de duas garotas fictícias de 15 anos - uma branca de classe média e outra negra da periferia - para dar um exemplo da desigualdade de condição das duas na hora de prestar vestibular para uma universidade pública. O professor Ricardo Paes de Barros, especialista em pobreza e desigualdade, defende o sistema de cotas. O educador também analisa os desafios da meritocracia no Brasil.
Para terminar, o programa conta a trajetória de Marcelo Caetano, o primeiro estudante negro e trans a se formar na Universidade de Brasília. "Alguns professores se recusavam a me chamar pelo nome social, e para mim era impossível frequentar um curso em que me tratavam por um nome com o qual eu não me identifico", afirma Caetano. O aluno conseguiu mudar as regras internas da faculdade para que documentos como carteirinha e lista de chamada passassem a usar apenas o seu nome social.
O Estação Plural também é veiculado pelas ondas do rádio. Às sextas, às 23h, a Rádio Nacional FM de Brasília transmite o programa no mesmo horário que a TV Brasil. Já pela Rádio Nacional AM de Brasília, a atração vai ao ar aos sábados, às 11h, enquanto que na Rádio MEC AM do Rio de Janeiro os ouvintes podem acompanhar o debate aos sábados, às 23h.
Serviço
Estação Plural – sexta-feira (1), às 23h, na TV Brasil
Estação Plural – sexta-feira (1), às 23h, na Rádio Nacional de Brasília FM.
Estação Plural – sábado (2), às 11h, na Rádio Nacional de Brasília AM.
Estação Plural – sábado (2), às 23h, na Rádio MEC AM do Rio de Janeiro.
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