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A crise hídrica e o meio ambiente

Programa vai discutir o papel da mídia diante da crise hídrica que

Observatório da Imprensa

No AR em 18/11/2014 - 22:00

 A pior seca na Região Sudeste dos últimos anos já afetou centenas de cidades do interior de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Só em São Paulo são 133 municípios atingidos, além da capital. E, pela primeira vez, a nascente do rio São Francisco, em Minas, secou.

A escassez de água não é novidade. Desde o final do ano passado, a falta de chuva na cabeceira dos rios que abastecem os reservatórios preocupa os ambientalistas. Mas o meio ambiente não é o maior responsável pela catástrofe anunciada. Para o novo relator da ONU para o direito à água e ao saneamento, a crise hídrica é uma questão de planejamento e não de falta de chuvas. O problema já compromete o setor energético e a economia, afetada pelo aumento dos custos de energia decorrente do uso continuado das termoelétricas.

A mídia, que dá amplo destaque ao fenômeno, não faz uma correlação adequada da crise da água com a destruição ambiental. Rádios, televisões e jornais não investem em profissionais especializados e transformam a previsão do tempo em quadro superficial quando o assunto deveria ser tratado com a profundidade merecida.

 

Editorial

Diante da natureza o homem ou se deslumbra ou se assusta, mas qualquer que seja sua visão ele sempre a considerou inesgotável. Ilimitada, perene, infinita. Principalmente, generosa.

Castigados pela implacável estiagem que atormenta grande parte do país, pela primeira vez nos 514 anos de nossa história começamos a perceber que a natureza funciona como um espelho, um espelho daqueles que a utilizam: se cuidamos, ela retribui. Mas se a castigamos com nossa volúpia predatória, ela se zanga.

Nos últimos trinta anos, o conceito de sustentabilidade era coisa de marginais, consciência ambiental era uma seita mística e ecologia, uma ciência diabólica que negava a existência de Deus. Esquerda e direita abominavam com igual intensidade a pregação em defesa da mãe terra.

E, de repente, para espanto dos céticos e negacionistas, os presidentes dos Estados Unidos e da República Popular da China, Barack Obama e Xi Jinping, antípodas em geografia e ideologia, mas sumamente realistas, decidiram pactuar um inédito acordo climático para reduzir drasticamente a emissão de gases de efeito estufa até 2030.

Uma destas estufas está parada na atmosfera da região Sudeste do Brasil, impedindo que as frentes frias vindas da Patagônia cheguem até o coração do país. O agressivo desmatamento da Amazônia está diminuindo a umidade que deveria produzir chuva no Centro Oeste.

Esta edição do Observatório pretende lembrar que diante de eventos extremos a humanidade não pode continuar dividida, desagregada, desatenta e desnorteada.

Se vai chover ou não vai chover é uma questão que deixou a esfera de São Pedro e entrou definitivamente na agenda das políticas públicas.




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Criado em 17/11/2014 - 18:09 e atualizado em 21/11/2014 - 13:56

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