Pauta:
O Observatório da Imprensa lança uma série de programas sobre a função do ombudsman, ou defensor do leitor, que comemora 25 anos no próximo mês de setembro.
O cargo, criado nos Estados Unidos, chegou ao Brasil em 1989 com a Folha de S.Paulo. Atualmente, somente o jornal O Povo, de Fortaleza - que mantém a função há 20 anos - e a Folha contam com esses profissionais no Brasil.
Nesta primeira edição, os entrevistados são os jornalistas Caio Túlio Costa, primeiro ombudsman da Folha de S.Paulo, e a atual, Vera Guimarães Martins, que iniciou o mandato em maio de 2014.
Editorial:
Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
Os avanços da imprensa devem ser diários, a cada edição deve corresponder um progresso na busca da excelência e da credibilidade.
No domingo, 24 de setembro de 1989 – há cerca de 25 anos, a “Folha de S.Paulo” deu um passo decisivo em direção ao atendimento do interesse público. Naquela edição, a “Folha” introduziu na imprensa brasileira uma nova instituição e estabeleceu um novo compromisso: criou a coluna do ombudsman e canonizou a defesa do leitor.
A palavra ombudsman vem do sueco, algo difícil de pronunciar, e a função, bastante complicada para entender. Criada em 1809 para limitar os poderes do rei, intrinsecamente democrática, hoje funciona em qualquer esfera de poder – na política, no Executivo, Legislativo, Judiciário e também em prestadores de serviços, tanto públicos como privados.
Em nosso idioma, o equivalente seria o ouvidor, cargo que já existiu com diferentes denominações ao longo de nossa história, razão porque a série que iniciamos nesta edição denomina-se “A Voz dos Ouvidores”. Vamos ouvi-los. Além do que escreveram em seus artigos, a experiência que viveram é exemplar, precisa ser compartilhada.
Virão aqui em grupos de dois, os 11 profissionais que desempenharam a função neste quarto de século. Com eles, vamos reconstituir a história recente da nossa imprensa e, ao mesmo tempo, procurar entender as misteriosas razões que impedem que a iniciativa da “Folha” tenha sido seguida apenas por um único jornal, o excelente veículo regional nordestino “O Povo”, de Fortaleza.
A iniciativa deve ser situada no seu contexto histórico. A ditadura acabara quatro anos antes, a nova Constituição foi promulgada no ano anterior. E antes mesmo da Constituinte, no anteprojeto elaborado pela comissão Afonso Arinos, criada ainda por Tancredo Neves, muito se discutiu sobre a criação do cargo de defensor do povo. A Carta Magna de 1988 preferiu delegar a função ao Ministério Público. Avanço nada desprezível.
A intenção deste Observatório da Imprensa é socializar este avanço promovido por um jornal e integrá-lo às nossas instituições de modo a permitir que o exercício do pluralismo e a prática do contraditório tornem-se parte do processo de comunicação social e integrem-se à vida pública brasileira.
O relato que seguiremos não é linear, poderíamos classificá-lo como analógico: ao invés de seguir a cronologia, vamos tentar comparações, armar paralelos. Neste episódio inaugural teremos o primeiro ombudsman da imprensa brasileira, Caio Túlio Costa e a sua atual sucessora, Vera Guimarães.
Assista na Íntegra:
Apresentação: Alberto Dines
Como assistir
Participe
Arquivo dos programas anteriores à 29 de maio de 2012
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