Pauta:
Para marcar os 100 anos do início da Primeira Guerra Mundial, no próximo dia 28 de julho, o Observatório da Imprensa vai debater os dois conflitos atuais que mobilizam a opinião pública: a luta separatista dos rebeldes na Ucrânia e a luta entre israelenses e palestinos na Faixa de Gaza.
Paralela ao mundo real, há uma guerra virtual. Palestinos e israelenses utilizam o YouTube para marcar suas posições. Vídeos, textos e até desenhos animados são usados com mensagens e discursos beligerantes. Em princípio restrita a região, a batalha já extrapolou fronteiras.
Nas redes sociais do mundo todo, mensagens ideológicas e agressivas são postadas e incitam a discussão. Vídeos de propaganda e ameaças mútuas circulam na internet. Hackers usam o Twitter, enviam SMS com notícias falsas e invadem sites pessoais para postar informações irreais. Não há espaço para a paz.
A mídia dá amplo destaque às batalhas, com análises e artigos de especialistas, mas não incentiva o diálogo permanente de conciliação.
Para debater este assunto, Alberto Dines recebe o diplomata Paulo Cordeiro de Andrade Pinto, o cientista político Renato Lessa, o antropólogo Paulo Hilu e o jornalista Michael Kepp.
Editorial:
Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
Ucrânia, Síria e Faixa de Gaza: as três guerras da atualidade podem ser consideradas pequenas quando comparadas com a Grande Guerra de 1914-1918, cujo centenário ocorreu ontem, 28 de julho. Acontece que o sangue copioso que corre hoje tem o mesmo DNA do banho de sangue no catastrófico quadriênio.
Todas as guerras se parecem e quase sempre são aparentadas, mas um ingrediente que marcou a Primeira Guerra Mundial e não consegue impor-se no quadro atual foi o movimento pacifista. Infelizmente não produziu resultados concretos mas deixou raízes e, principalmente, referências.
Hoje sabemos que o pacifismo exige um grau de coragem e disposição moral maior do que se espera dos combatentes: o pacifista deve enfrentar todos os beligerantes, inclusive aqueles com os quais tem maior afinidade.
O conflito que se desenrola na Faixa de Gaza entre o Estado de Israel e a facção Hamas (fervor, em árabe) é o que mais emoções provoca. Além de ser o mais antigo dos três, e desenrolar-se num recanto do mundo considerado terra santa pelas três maiores religiões monoteístas, tem no Brasil grande número de interessados: as comunidades árabe, judaica e cristã.
Mas o Brasil teve um papel importantíssimo na resolução do conflito quando o ex-chefe da diplomacia brasileira, Oswaldo Aranha, presidiu a Assembleia Geral da ONU que votou pela partilha da então Palestina em dois estados – um judaico e outro árabe. Passados 67 anos, quase sete décadas, esta resolução das Nações Unidas ainda não foi implementada. No início acatada pela comunidade judaica que vivia na Palestina e recusada pela população árabe e seus vizinhos, agora é o governo de Israel que mudou radicalmente sua posição. Não admite um estado vizinho que não reconheça o seu direito de existir.
Os pacifistas e humanistas de hoje dispõem de um ponto de partida: a resolução número 181 que pretendia encerrar um conflito que, na época, parecia fácil de resolver.
Se as tréguas em Gaza não são respeitadas, será que não seria mais prático e mais humano implementar uma resolução que já teve adeptos dos dois lados?
Assista na Íntegra:
Apresentação: Alberto Dines
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