Pauta:
Em ano de eleição, a saúde é apontada nas pesquisas como uma das maiores preocupações dos brasileiros. Ainda assim, os problemas se arrastam há anos sem investigação dos governos e da mídia. Caso raro é o da reportagem de capa da revista Época da última semana. A matéria revela a caixa-preta das contas das intervenções cirúrgicas e as relações complexas entre empresas de seguro saúde e hospitais. As vítimas, falidas após arcarem com as contas hospitalares, também revelam suas histórias.
Diante das falhas do Sistema Único de Saúde (SUS), a população é obrigada a recorrer aos planos privados controlados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
O Brasil aplica apenas 9% do PIB em Saúde, enquanto os Estados Unidos, por exemplo, investem 17,6%, além de terem um forte movimento pela transparência, ao contrário do que ocorre aqui.
Para debater o assunto, Alberto Dines conta com a participação da jornalista que assina a matéria da revista Época, Cristiane Segatto, do promotor de Justiça Sidney Rosa e do deputado federal Ivan Valente.
Editorial:
Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
A medicina está ajudando a humanidade a chegar bem perto do sonho da imortalidade. Enquanto não a alcançamos, estamos muito felizes com a longevidade cada vez mais possível.
Mas esta maravilhosa medicina está arruinando muitas famílias e, pelo stress, encurtando a vida de muita gente. O que seria uma dádiva, é hoje maldição. O problema não é apenas brasileiro, é global. Mas, em nosso país, o almejado padrão Fifa em matéria de saúde é uma miragem, mais fácil é conquistar o hexa.
Sob a ótica social, temos dois modelos básicos de medicina: a pública e a privada. O nosso SUS, consagrado na Constituição de 88, graças a uma frente multipartidária de legisladores da linha social-democrata, está longe de atender ao grosso da população.
Por outro lado, a medicina privada, que busca a impossível socialização através do mercado de planos de saúde, tornou-se ela própria uma implacável enfermidade. O governo, através das agências reguladoras, procura um equilíbrio institucional entre custo e benefício, enquanto o Ministério Público e as entidades de defesa do consumidor tentam barrar os abusos, mas a realidade é catastrófica: entre dezembro do ano passado e março deste ano registraram-se cerca de 13.079 conflitos entre as empresas e seus usuários. Neste ritmo, o ano terminaria com quase 53.000 ocorrências. Preocupada com esta calamidade, a Agência Nacional de Saúde foi drástica: determinou a suspensão de 161 planos operados por 36 empresas.
E o resto é satisfatório? O Brasil é campeão em número de planos, operados por 1.700 empresas. Se o atendimento fosse satisfatório, a medicina privada no Brasil ficaria circunscrita aos consultórios, clínicas e hospitais. Neste momento, quem cuida da nossa saúde são os tribunais.
Dos Telespectadores:
Ronaldo Maia, Recife / PE – Sacerdote
Minha mãe pagou plano de saúde por 15 anos e quando mais precisou teve que ser atendida por uma UPA!
Paulo Cesar Rocha, Rio de Janeiro – Aposentado
Quero agradecer por um programa desse nível, a essa hora na televisão. Não tenho tevê a cabo e assisto sempre ao Observatório da Imprensa.
Lucia Helena Machiolli, Vila Velha / ES – Analista de sistemas
Deputado Ivan Valente, o financiamento público de campanha vai contribuir para uma melhor prestação de serviços pelos planos de saúde?
Vera Peixoto, Rio de Janeiro – Pedagoga
Por que alguns planos de saúde não são regidos pela ANS na hora do reajuste anual?
E-mails:
Marcelo dos Santos
Dines, o sr. não é o Chacrinha, mas é também um Velho Guerreiro. Nesse fim-de-semana, em Belo Horizonte, o Ministério da Saúde treinou cerca de 16 radialistas em violência infantil e adolescente. O meu jornal, o Jornal de Saúde, que tenho há mais de 20 anos, nunca teve sequer um telefonema ou convite para concorrer à verba publicitária, e olha que já fiz muita matéria, entrevista, reportagem. Sobrevivo de teimoso, com pequenos anunciantes. Mas é isso, Alberto Dines guerreiro, vamos à luta enquanto nos restar dignidade e ética... ou qualquer coisa que o valha.
Assista na Íntegra:
Apresentação: Alberto Dines
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