Pauta:
O Observatório da Imprensa desta terça-feira vai discutir a atuação das mídias alternativas, como o “Narrativas Independentes Jornalismo e Ação” - o “Mídia Ninja”. Ao vivo e sem cortes, o grupo tem disponibilizado na internet imagens dos recentes protestos que tomaram as ruas de várias cidades do Brasil. O grupo promete um olhar diferente sobre os meios de comunicação tradicionais.
Alberto Dines e seus convidados - o cineasta Eduardo Escorel, os jornalistas Mauro Malin e Leonel de Aguiar e o integrante do “Mídia Ninja” Bruno Torturra - debatem se as práticas adotadas pelo grupo nas coberturas ao vivo são as mesmas que orientam o jornalismo tradicional, como imparcialidade, distanciamento dos fatos, distinção entre opinião e informação e apuração dos dois lados da história.
Editorial:
Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
Informação é como mercúrio, impossível pegar, segurar. A dinâmica informativa produz continuamente novos meios e formatos. E foi assim que, durante a ditadura militar, o rígido controle da grande imprensa, criou outra imprensa: ágil, crítica, rebelde, logo denominada "imprensa alternativa".
O levante de junho caracterizou-se como reação aos roteiros pré-fixados. Os manifestantes exigiam ser ouvidos, não queriam intermediários. Pode-se dizer que junho foi o mês da linha direta - em todas as esferas.
Justamente no meio das manifestações, o mercúrio da informação acabou produzindo uma nova forma de fazer jornalismo a partir de uma palavra de origem japonesa vulgarizada a partir dos games e animações: ninja é um lutador, um disfarce.
Mídia ninja passou a simbolizar uma forma individual de colher e transmitir informações, notícia em estado bruto, sem passar pela cosmética da edição. Para alguns, mídia ninja é também um jornalismo ativista, militante, capaz de romper o conformismo dos meios tradicionais.
Eles se consideram pós-jornalistas mas há quem os classifique como pré-jornalistas. Certo é que os ninja saíram da quase clandestinidade e saltaram para a fama ao denunciar a repressão policial no Rio de Janeiro: frequentam as primeiras páginas, o Jornal Nacional, as colunas de opinião. Fenômeno do momento, poderão sacudir a imprensa do seu comodismo, espanar convenções e rotinas. Tal como a imprensa alternativa dos anos 60 e 70, os ninja podem revitalizar um processo jornalístico que na última década só se preocupou com a sua própria sobrevivência.
Pode ser visto como o "jornalismo-cidadão" sonhado a partir das novas tecnologias ou como "jornalismo marginal", herdeiro direto dos quatro séculos de inconformismo da imprensa histórica.
Dos Telespectadores:
E-mails:
Zaqueu Mizael Borges, Poços de Caldas / MG
A grande mídia hoje é vendida e todos sabemos disso. Só mostram o que é de seu interesse. A mídia ninja hoje mostra realmente a realidade do que está acontecendo no Brasil, e tudo em tempo real, sem tempo ou intenção para manipular.
Ivson Nascimento
As grandes mídias são, muitas vezes, dependentes de acordos comerciais. É possível que a mídia ninja seja influenciada pelas opiniões de quem forneça o capital necessário?
Alex Salles
Paulinho da Viola diz que "não, eu não vivo no passado, não, o passado é que vive em mim". Imenso Alberto Dines, teu programa de ontem foi o mais criativo e revolucionário de todos! O jornalismo do Dines é uma das maiores riquezas do mundo, eis o que declaro, orgulhoso que sou, de nosso companheirismo de muitas décadas!
Assista na Íntegra:
Apresentação: Alberto Dines
Como assistir
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Arquivo dos programas anteriores à 29 de maio de 2012
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