Pauta:
Neste programa, o Observatório da Imprensa quer analisar o comportamento da mídia diante das pesquisas eleitorais.
O resultado do primeiro turno da eleição deixou evidente os erros dos principais institutos de opinião que, um dia depois, admitiram o problema.
Em várias cidades como Recife, Curitiba, Salvador e Manaus os vitoriosos nas urnas não corresponderam às pesquisas realizadas pelos institutos. No domingo da eleição, os jornais de São Paulo publicaram um empate triplo entre os três candidatos mais votados de acordo com o Datafolha e o Ibope. Porém, isto não ocorreu. Na verdade, Celso Russomano caiu quase 6 pontos percentuais e Haddad subiu quase 4. Em Florianópolis, o Ibope deixou de captar uma queda de popularidade do candidato do PSD. Bocas de urnas divergentes também ocorreram em Porto Alegre, Goiânia, Fortaleza e Rio de Janeiro.
Em todas as eleições a imprensa dá destaque aos números das pesquisas e trata o resultado como ciência exata. A certeza da vitória dos candidatos acaba influenciando o eleitor. E, quando o resultado não corresponde à realidade, a margem de erro é a culpada.
Para debater este tema, Alberto Dines conversa com a socióloga e pesquisadora Fátima Jordão e com a diretora-geral do Ibope Inteligência, Márcia Cavallari.
Editorial:
Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
Faz parte da nossa rotina, é uma das obrigações deste Observatório: depois de cada eleição, é imperioso discutir as sondagens de opinião, não apenas para verificar os procedimentos, mas principalmente para avisar o eleitor que pesquisas não são profecias infalíveis, são retratos instantâneos da dinâmica das preferências, portanto, sujeitos a alterações.
Tão importante quanto esta avaliação estatística, é examinar como a mídia, sobretudo os jornais impressos às vésperas do pleito, apresentam estes números. Uma palavra mal empregada pode subverter um dado rigorosamente objetivo e induzir o cidadão ao erro.
A utilização abusiva das sondagens na cobertura jornalística pode produzir perigosas distorções e efeitos colaterais no próprio processo eleitoral. A obsessão pelos números tira da disputa seu elemento fundamental: o confronto de ideias e de programas.
O eleitor é um ser responsável, pensante. Convertê-lo em mero torcedor fixado em placares, avilta a função social do jornalismo e compromete os fundamentos políticos do processo democrático.
Assista na Íntegra:
Apresentação: Alberto Dines
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