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Veto da Igreja ao filme de José Padilha

Programa analisa se a censura ao filme "Inútil Paisagem" é uma

Observatório da Imprensa

No AR em 22/07/2014 - 23:00

Pauta

Editorial

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Pauta:

A imagem do Cristo Redentor pertence à cidade do Rio de Janeiro ou à Igreja Católica? O Cristo pode ou não ser utilizado livremente como cenário em coberturas jornalísticas ou obras de ficção?

A Arquidiocese do Rio de Janeiro, detentora dos direitos sobre a estátua encravada no topo do Corcovado, vetou o filme “Inútil Paisagem”, de José Padilha, alegando que “cenas no filme em questão foram consideradas ofensivas à imagem do Cristo e, consequentemente, à casa dos católicos”.

A polêmica traz à tona a questão: trata-se de censura eclesiástica à liberdade de expressão num país em que há plena separação entre Igreja e Estado? Até que ponto a Arquidiocese pode ter mais poder do que o Estado laico brasileiro?

Para debater este assunto, Alberto Dines conta com a participação do ex-presidente do STF, Ayres Britto; do cineasta Jorge Durán e do crítico de cinema da Folha de S.Paulo, Inácio Araújo.

 

Editorial:

Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.

O dia de ontem, 21 de julho de 2014, tem todas as condições para entrar em nossa história política. Avançamos institucionalmente, mas nada a ver com política partidária ou disputa eleitoral. Com 123 anos de existência, a nossa República era nominalmente secular. Mas, na realidade, a separação entre Igreja e Estado era fictícia, como também é fictícia a ideia de que a atual Carta Magna é inspirada nos princípios laicos.

Ontem, começamos a desconstruir estas fantasias e a construir a etapa mais complicada e mais séria do sistema democrático: a garantia do direito fundamental de crer e descrer.

Quando a Arquidiocese e o Vicariato do Rio de Janeiro reconheceram de forma inequívoca que não têm o direito de cercear a liberdade de expressão e que o símbolo do Redentor - não obstante o seu valor devocional - é um bem da cidade, do país e da humanidade, nossa democracia começou a tornar-se adulta. A tolerância deixou de ser retórica, adjetiva. É agora concreta, substantiva.

Efeméride duplamente importante porque este avanço resultou da coragem cívica de um dos três jornalões nacionais, o diário “O Globo”, historicamente submisso às percepções, interesses e dogmas da Igreja Católica.

Quando se sabe que a Santa Inquisição impediu durante mais de três séculos que funcionassem tipografias e circulassem periódicos impressos em nosso território, é possível avaliar a importância, tanto do avanço proporcionado pelo “Globo” como do recuo assumido pela Cúria.

Tempos novos. De verdade.

 

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Apresentação: Alberto Dines

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Criado em 16/07/2014 - 19:33 e atualizado em 08/08/2014 - 15:04

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