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Juliana Oliveira está de volta ao Programa Especial

Juliana Oliveira está de volta ao estúdio do Programa Especial, após um mês do nascimento de sua filha Isa, com muitas novidades. Dedicado à inclusão social de portadores de deficiência, o programa está completando cinco anos e passa por uma reformulação. O objetivo é informar mais a sociedade sobre o assunto e combater preconceitos. O programa está mais dinâmico, com novo cenário, nova programação com visual e novos quadros. O cenário foi criado pelo arquiteto e cenógrafo Paulo Renato que utilizou elementos da vinheta da abertura para compor a cena e permitir a movimentação da apresentadora em sua nova cadeira motorizada.

Animadas com as mudanças no programa, a apresentadora Juliana Oliveira e a diretora Ângela Reineiger falam sobre o início do projeto, a responsabilidade de informar sobre um assunto tão delicado, o retorno do público, a contribuição do programa para desmistificar o tema deficiência e, é claro , sobre a maternidade.

Entrevista com a Ângela Reineiger e Juliana Oliveira

TV BRASIL: Como surgiu a ideia do programa, que foi o primeiro na TV Brasil a abordar o tema deficiência?

Ângela Reineiger: A ideia de criar o programa foi da jornalista Maria Léia que há 18 anos teve um filho com Síndrome de Down, o Alexandre. Ela encontrou dificuldades em achar informações sobre o downianismo. Então nos procurou para sugerir o programa e nós adoramos. Tentamos criar um programa para cima, com informações sobre os deficientes, e desfazer a imagem de "coitadinho". A sociedade ainda tem muito o que mudar em relação ao preconceito.

TV BRASIL: Como vocês encontraram a Juliana Oliveira?

Ângela: Procuramos uma pessoa com deficiência para apresentar o programa, alguém que tivesse o conhecimento de causa. Então fizemos uma série de testes e encontramos a Juliana.

TV BRASIL: Para você Juliana, como foi a sua entrada no programa?

Juliana: Eu me formei em publicidade, sou da área de comunicação, mas eu nunca me imaginei trabalhando na frente de uma televisão, seja como apresentadora ou como repórter. Sempre trabalhei nos bastidores, com jornalismo e publicidade, redigindo textos. Fiquei muito feliz de ter entrado. No começo foi difícil para mim porque não me preparei par esta função, mas como a intenção desse programa é ser autêntico, eu pude ser natural. Ao longo do tempo, fui adquirindo uma intimidade maior com a câmera e ela passou a ser o público. Hoje eu me sinto muito à vontade para fazer o programa. Adoro meu trabalho, é prazeroso demais.

TV BRASIL: O programa fez aniversário este ano. Como você avalia a evolução dele?

Ângela: O programa completou cinco anos de existência e, nesse tempo, acho que cresceu muito, a participação do público aumentou muito e isso sempre foi muito importante. O programa fala de humanidade, fala da valorização do ser humano, independentemente de qualquer coisa. Todo mundo gosta de ser respeitado do jeito que é.

TV BRASIL: Fale um pouco mais sobre a participação do público no programa?

Ângela: A participação do público é muito importante. Já tivemos várias pautas sugeridas pelos telespectadores. Também pretendemos dar voz a esse público portador de deficiência. Uma coisa muito importante é a credibilidade que temos junto a esse público. Eles confiam na gente e sabem que podem contar, sabem que a história deles não vai virar um melodrama. Isso é muito bom. Para aumentar esse contato, agora além de e-mail, estamos no twitter, criamos um blog e um perfil no orkut. Queremos cada vez mais contar com a participação do público.

Juliana Oliveira: E a ideia desse novo formato é aumentar essa participação do público, que pode enviar suas sugestões e suas dúvidas. Queremos interagir com eles. Afinal de contas, o programa é feito para o público.

TV BRASIL: O Programa Especial traz reportagens de diferentes lugares do Brasil. Como vocês veem as políticas públicas voltadas para acessibilidade no país?

Ângela: Eu acho que as políticas públicas têm melhorado muito. O Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência - CONADE e a Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência - CORD são órgãos ligados à Secretaria de Direitos Humanos e que têm feito um trabalho muito bacana. É claro que temos muito o que melhorar. Vou até citar uma frase de Maria da Glória Almeida, vice-presidente do Instituto Benjamin Constant: " Hoje você tem uma estrada, antes você tinha uma trilha." O Programa já cobriu três Conferencias Nacionais de pessoas com deficiências.


TV Brasil: E para você, Juliana, como vê isso na prática?

Juliana Oliveira: Eu acho que ainda tem muito o que melhorar e acredito que vai melhorar cada vez mais. O mais importante é mudar a mentalidade das pessoas. Pois, mudando a mentalidade das pessoas, talvez mesmo quem não tenha deficiência fique feliz em chegar num restaurante e ver que tem acesso para pessoas com deficiência. E, talvez, quando não tiver este acesso as pessoas passem a cobrá-lo. Quando fazemos um programa que é alto-astral, é legal de ser assistido mesmo por quem não tenha nenhuma deficiência, não estamos falando com apenas 10% da população, mas com todo mundo. Isso que é uma sociedade realmente democrática. O importante é perceber que o olhar das pessoas em relação aos portadores de deficiência mudou.

TV BRASIL: A mídia geralmente trata o assunto de acessibilidade e a inclusão social das pessoas com deficiências em campanhas . No entanto, elas são cíclicas, por exemplo, uma novela cria uma campanha e, no entanto, esse projeto acaba ao término da mesma. O Programa Especial trata disso semanalmente há cinco anos, como vocês avaliam essa contribuição social do programa?

Ângela: Olha, não quero ser metida não... mas eu acho que contribuímos muito! Eu acho que de alguma forma o programa serviu como referência para as pessoas. Depois que a gente começou, outros programas da mídia que tratavam do tema, passaram a mudar o tipo de abordagem, a entender mais sobre o assunto. Acho que ajudamos muito a diminuir o estigma e o preconceito.

TV BRASIL: Vamos falar um pouco sobre a reformulação do programa. Em relação à acessibilidade, o que mudou no Programa Especial?

Ângela: Procuramos atingir pessoas com todo o tipo de deficiência. O programa tem legenda em português para os surdos que leem português e não falam libras e tem uma janela de libras, para àqueles que só leem em libras. Uma grande inovação é que a pessoa que fica na janela de libras é surda. Com isso, a linguagem do programa é muito mais pura e os outros surdos podem entender melhor as informações. A nossa áudio descrição é feita por uma cega de nascença.

TV BRASIL: Outra novidade da reformulação do programa é o quadro Tudo o que você queria saber mas nunca teve coragem de perguntar. Qual o conteúdo do quadro?

Ângela: As pessoas, às vezes, tem pudor ou vergonha em perguntar algo sobre deficiência, mas quanto mais informadas elas forem, melhor. Sendo assim, resolvemos criar esse quadro para esclarecer essas dúvidas, e muitas vezes trazendo até pessoas conhecidas na mídia como Fernanda Lima, a convidada que estreou o quadro.

TV BRASIL: Mais alguma novidade?

Ângela: Temos agora também um novo quadro que ainda não foi ar chamado Parceria Especial, sobre pessoas com deficiências que realizam alguma atividade com alguém sem deficiência, ou vice e versa. Essas pessoas podem enviar vídeos que serão exibidos no programa. O nosso objetivo é mostrar que essa interação é possível.

TV BRASIL: Agora uma pergunta que todos estão curiosos para saber. Juliana, como é o desafio da maternidade?

Juliana: A maternidade é incrível, é muito mais gostoso do que eu imaginava. E mais trabalhoso, também porque você vive em função do seu bebê. Mas é uma delícia, eu estou amando ser mãe. Eu acho que exalta tudo o que a mulher tem de bom. Eu estou tendo uma maternidade como a de qualquer outra mulher, não tenho nenhuma dificuldade por conta da minha deficiência. No início, fiquei com medo de não conseguir ter força para segurá-la, para amamentá-la, mas eu consigo fazer tudo e tem um pai super presente em casa que me ajuda nas tarefas de tomar banho e trocar fralda que eu não consigo sozinha. Ser mãe é tudo de bom!

TV BRASIL: E agora, você está voltando a trabalhar. Quais são as expectativas?

Juliana: Estou muito feliz, o cenário do programa está lindo. Estou adorando a interatividade com o público, cada vez mais presente. Antes mesmo de implantarmos esses recursos no programa, eu sempre me preocupei em responder os e-mails pessoalmente, um a um.

TV BRASIL: Para finalizar, você poderia deixar uma mensagem para pessoas que como você tem deficiência e querem ser mães.

Juliana: Não tenham medo, porque da mesma maneira que a gente supera a deficiência no dia a dia, a gente a supera na maternidade também. E, mais que isso, a maternidade faz bem para gente, toda mulher tem o direito de ser mãe. E isso vale para todas as mulheres do mundo, independente de ter deficiência ou não.

TV BRASIL: E você Ângela? O que diria ao telespectador do Programa Especial?

Ângela: Continuem entrando em contato com a gente, mandando pautas, ideias, incentivos. Continuem participando pois o programa é feito para vocês. Quanto mais participação, melhor.




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Criado em 04/11/2009 - 17:27 e atualizado em 04/11/2009 - 17:27

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