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Neville D´Almeida é o entrevistado deste Provocações

Cineasta é recordista de bilheteria no Brasil

Provocações

No AR em 19/12/2014 - 02:00

O cineasta Neville D´Almeida no ProvocaçõesCampeão de bilheteria num país cujo cinema nacional não costuma ser valorizado, o cineasta Neville D´Almeida é o entrevistado deste Provocações.

O cineasta conta a Antônio Abujamra que por 32 anos nenhum outro filme nacional bateu a bilheteria de “A Dama da Lotação”, filme de 1978. O filme foi visto oficialmente por 6,5 milhões de pessoas. Com um recorde de público, permaneceu em primeiro lugar por 32 anos até que o filme “Tropa de Elite II”, de José Padilha, quebrou essa liderança.

“O nosso recorde foi quebrado e isso é uma coisa muito estimulante, é muito bom”, afirma Neville. Depois de 13 anos parado, sem verbas para rodar filmes, ele volta a dirigir. Escreveu um romance e tem um longa, que foi lançado há 42 anos, restaurado pelo Museu de Arte Moderna de Nova York, o MoMa.

O cineasta alegou que nunca esteve longe do cinema. Durante esses anos ele criou o projeto “Neville sem lei” e afirma ter feito mais de 120 filmes: “Neville sem lei é Neville sem lei de incentivo, porque se não tem o dinheiro, nós criamos condições próprias”.

Sobre o fato de, depois de ter um filme campeão de bilheteria, não ter mais recursos para filmar, Neville revelou sua insatisfação com as atuais produções brasileiras: “Os produtores brasileiros preferem cineastas domesticados, que aceitam tudo. Desprezam o talento, todas as coisas que o cinema pede e os que vão em busca de aventuras”.

Mang Bang, seu filme de 1971, foi restaurado pelo Museu de Arte Moderna de Nova York. O filme, que era cópia única, estava desaparecido há 35 anos e foi encontrado por um pesquisador brasileiro. O MoMa apresentou uma proposta e ele foi o primeiro filme brasileiro restaurado pelo museu.

Citando nomes de diretores brasileiros que considera os melhores de todos os tempos, ele mencionou Nelson Pereira dos Santos, Júlio Bressane, José Padilha, Fabio Carvalho, Helvécio Ratton e Cacá Diegues.

Sua nova obra, o romance “A Dama da Internet”, apresenta a nova postura da mulher do século XXI. “Ele é violentamente anti-machista e é também feminista”, comentou Neville. O livro foi recolhido das livrarias de Macaé, litoral do Rio de janeiro com ordem de um juiz por ser considerado impróprio para crianças.

“Eu acho que é um equivoco, eu acho que essa proibição só mostra a qualidade do livro, a força dramática que ele tem e como retrata de fato a vida de uma mulher”, desabafou. O cineasta, que se considera brutal e delicado, pretende lançar um filme baseado em sua nova obra: “Não fiquei rico com o cinema, ainda”.




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Criado em 28/03/2014 - 13:17 e atualizado em 18/12/2014 - 17:12

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