Neste episódio do Samba na Gamboa, Diogo Nogueira recebe um herói do samba, o irreverente Zeca Pagodinho. O encontro é uma viagem musical pela trajetória do menino que desde a infância trocava as aulas na escola para ler na cartilha das rodas de samba. E, mesmo cultivando a simplicidade e o conhecido medo de avião, levou o gênero para palcos do mundo inteiro.
Confira trecho deste episódio aqui
Ao lado de Diogo Nogueira, Zeca relembra alguns dos maiores clássicos da carreira, como “Lama nas ruas”, “Deixa a vida me levar”, “Verdade” e “Coração em desalinho”. Além de comentar sobre o mais recente trabalho, ao lado de Maria Bethânia, ele relembra o passado, nos pagodes no Cacique de Ramos, quando teve que mostrar talento e atitude para ser aceito. Apesar da fama, o sambista faz questão de cultivar os amigos e os hábitos da infância nos bairros de Irajá e Del Castilho, no Rio de Janeiro. Mito nos palcos, Zeca também revela seu esforço para preservar a vida simples. No sítio em Xerém, onde curte o papel de avô, assiste a novelas e também realiza um projeto social.
Filho de Seu Jessé e Dona Irinéia, Zeca nasceu em Irajá no dia 4 de fevereiro de 1959. Ainda menino, já despontava nas rodas de samba nos quintais da família, na Zona Norte do Rio. Após cursar a quarta série, sua escola foi formada pelos professores do samba: Candeia, Cartola, Monarco, Almir Guineto e pelas inesquecíveis rodas de samba do Cacique de Ramos.
Foi a madrinha Beth Carvalho que gravou o primeiro sucesso de Zeca: “Camarão que dorme a onda leva”. Em seguida, Alcione interpretou o clássico “Mutirão de amor”. Começava a correr pelo país o talento dos versos do sambista que se tornaria um herói do gênero. O estouro veio no disco “Raça Brasileira”, com os então talentos que despontavam nos terreiros de samba da cidade. Zeca emplacou “Mal de amor”, “Garrafeiro”, “Bagaço da laranja” e “A Vaca”. O disco vendeu 100 mil cópias, tornou-se um marco e ajudou a gravar o nome dessa geração na história da música popular carioca. Seu disco solo veio em 1986. Atingiu um milhão de cópias vendidas. O menino franzino que rodava a cidade de ônibus levando seu cavaquinho num saco de supermercado tinha virado um fenômeno.
Carismático e versador brilhante, o compositor se tornou célebre em eternizar as dores de amor e os costumes do povo em sambas com tom de crônicas populares. “Judia de mim”, “Brincadeira tem hora”, “Quando eu contar Iaiá” e “Coração em desalinho” se tornaram clássicos assim que nasceram. Após outros discos de sucesso, em 2002, venceu o Grammy no quesito “Melhor álbum de samba”, com “Deixa a vida me levar”, o hino da Copa do Mundo. É uma das muitas celebrações da vida do artista, que fez dos terreiros do samba seu maior palco. Recentemente, o encontro com Maria Bethânia gerou uma turnê de sucesso: “De Santo Amaro a Xerém”. Os dois ídolos rodaram juntos várias capitais para levar o fruto de um trabalho que começou no “Quintal do Pagodinho”.
Nesse episódio, Zeca narra a Diogo seu esforço para, apesar de se manter há décadas no centro dos holofotes, manter a simplicidade e o cotidiano do Jessé, pai de família, avô, fiel aos seus amigos e ao projeto que criou em Xerém. Idealista, Zeca acredita na música como melhor futuro para as crianças. Um herói do Brasil.
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