Ele foi compositor, portelense, instrumentista de mão cheia. Aos jovens que o procuravam para mostrar seus sambas, Candeia sempre dava conselhos: “Estude, sem estudo você nunca será nada na vida”. Respeitado no morro e no asfalto, ele foi um militante negro avesso ao preconceito. Jamais fez distinção entre negros e brancos, que ele sabia estarem igualados na luta pela vida.
Sem radicalismos, Candeia cantou as desigualdades sociais, exaltou o samba e a cultura negra, cultuou os orixás. Mesmo não chamando para si uma missão, virou um mito, líder de uma resistência que se confundia com a oposição à ditadura militar. Mas sua preocupação maior era cultural.
Convencido de que a escola de samba era uma “árvore que perdeu a raiz”, deixou a Portela, que julgava descaracterizada, e com um punhado de companheiros fundou, em dezembro de 1975, o Grêmio Recreativo de Arte Negra e Escola de Samba Quilombo, sob a bandeira do “samba autêntico”.
O Samba na Gamboa desta segunda-feira (25/01) presta uma homenagem a Candeia com o grupo Semente. Assista!
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