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Psicólogo fala sobre abuso sexual contra atletas

Os casos começam a chegar com mais frequência aos consultórios

Stadium

No AR em 30/04/2018 - 19:30

Membro da Associação Brasileira de Psicologia do Esporte e do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro, o psicólogo Rodrigo Acioli afirma, em entrevista ao programa Stadium, que o assédio sexual no mundo esportivo sempre foi um tabu, mas os casos começam a chegar com mais frequência aos psicólogos.

Nesta semana, as denúncias de abusos sexuais por parte do treinador Fernando de Carvalho Lopes, do clube MESC, de São Bernardo do Campo, contra crianças e adolescentes praticantes de ginástica artística, apresentadas no programa Fantástico, da Rede Globo, no dia 29 de abril, levaram ao afastamento do profissional de todas as suas atividades. O treinador, que fez parte da comissão técnica da seleção brasileira masculina de ginástica, já havia sido afastado da equipe olímpica um mês antes dos Jogos Rio 2016, quando foi denunciado por um menor de idade. As investigações estão em curso.

Segundo o psicólogo Rodrigo Acioli, nem sempre as crianças e adolescentes apresentam comportamento diferente que possa ser percebido pela família quando estão sofrendo abuso. Constrangida pela vergonha, pelo medo e até para não frustrar a expectativa familiar de se tornar um atleta de sucesso, a criança esconde o drama que está vivenciando.

Por outro lado, o psicólogo aponta a pouca atenção dada pelos clubes ao acompanhamento psicológico aos atletas nas categorias de base, pois estão mais preocupados com os resultados. “Muitos só pensam no (acompanhamento com) psicólogo na categoria profissional, mas esquecem dos atletas que estão desde criança no clube, deixando de estudar, de ter contato com a família. Então a formação deve ser desde o comecinho. Infelizmente, muitos clubes ficam dedicados ao alto rendimento e pouco à formação da pessoa como cidadã”, afirmou.

Rodrigo Acioli lembra, também, que a criança e o adolescente que sofre abuso precisa ser acolhida pela família. A prevenção é a orientação franca a meninos e meninas. Já os psicólogos que atuam junto a atletas nos clubes têm o dever de proteger as crianças e os adolescentes. Em caso de observar comportamentos inadequados, podem, inclusive, apresentar denúncias anônimas ao Ministério Público.

No mês passado, a Confederação Brasileira de Ginástica assinou um acordo de cooperação com o Ministério Público do Trabalho para combater atitudes de assédio no esporte.

 

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Criado em 30/04/2018 - 19:30

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