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Teuda Bara é a entrevistada do Conversa com Roseann Kennedy

A atriz do Grupo Galpão confessa: "O teatro sempre viveu em mim"

A história do teatro mineiro está entrelaçada com a carreira da atriz Teuda Bara. Nascida em Belo Horizonte, ela tem mais de 50 anos de palco e traz na bagagem uma enorme quantidade de personagens do teatro, do cinema e da TV. Na década de 70, ela chegou a recusar um convite feito pelo próprio Chacrinha, para ser chacrete. Em vez disso, criou o grupo de teatro Galpão ao lado dos atores Eduardo Moreira, Wanda Fernandes e Antônio Edson.

A companhia que completa 35 anos, já se apresentou por todo o Brasil e também em países da Europa, EUA, Canadá e América Latina. Como uma das fundadoras do grupo que tem raízes no teatro popular, Teuda se orgulha de levar a arte a lugares onde ela não chega. “O Galpão tem uma tradição. A gente faz muitos clássicos. A gente gosta de ir por esse caminho com textos bonitos e atuais”.

Ela, que nunca frequentou cursos de formação teatral, iniciou a carreira artística quando estudava Ciências Sociais na universidade, aos 20 anos. Abandonou o curso, mas nunca o teatro. De lá pra cá, nunca parou. “O teatro sempre viveu em mim.”

Esbanjando bom humor e uma energia de causar inveja, ela demonstra orgulho pelo seu trabalho. “Eu tô com 77 anos e tô viva, tô trabalhando... Os joelhos estão ruins? Sim, estão. Mas eu tô viva, trabalhando, faço televisão, faço cinema.”Ao falar de seu mais recente espetáculo, “Nós”, que integra a 23ª montagem do grupo Galpão, Teuda fala das angústias e esperanças vividas pela humanidade. 

Partindo das reflexões sobre as diferenças, a violência, a intolerância, sob um prisma político, ela faz um alerta para a necessidade de ser solidário nos dias de hoje e desabafa: “A única dificuldade que a gente tem mesmo é com o social, as desigualdades sociais são muito gritantes. Eu fui professora primária então eu vi isso. O menino está sem material escolar e você diz: mas você até hoje, está sem material? Aí ele fala: o meu pai está preso... O que você faz? Faz uma lista e passa para os amigos, compra o material e dá para o menino”.

Teuda Bara, que tem o teatro como sua grande escola, relembra os seus primeiros contatos com esta arte.“Eu nem ia ao teatro. Só os que a gente fazia nas escolas. Eu fui ver teatro mesmo no circo. Porque no circo, quando acabava os números, eles abriam a cortina e lá tinha o palco onde eles faziam.” 

Teuda não imaginava que a magia do circo voltaria à sua vida anos depois quando recebeu o convite para participar do espetáculo internacional “K.À.”, do Cirque Du Soleil, dirigido por Robert Lepage. Sobre a experiência, ela declara: “Eu adorei. É um mundo completamente diferente. Mas era difícil também. Porque eram dois shows por dia e com folga dois dias na semana... Eu gostava muito de fazer, de estar lá... Mas você cansa, porque eu sou de teatro e eu tenho uma mente que quer fazer coisas...”.

Do picadeiro para as telas, a influência do circo não parou por aí. No filme “O palhaço”, Teuda volta a atuar neste universo. Ao lado de atores como Selton Mello e Paulo José, ela protagoniza com brilhantismo o papel de Dona Zaira, integrante de uma trupe de artistas que tenta manter o espetáculo vivo pelo interior do país.

Com bom humor, a atriz que já atuou em filmes como “Menino Maluquinho”, de Helvécio Ratton, e “O Contador de Estórias”, de Luiz Villaça, fala da importância de estar sempre em atividade. “Me convidam e eu vou. Eu já fiz filme até de graça. Hoje eu não faço mais não porque eu estou muito velha.”

Na TV, depois de brilhar na novela global “Meu Pedacinho de Chão” (2014) de Luiz Fernando Carvalho, hoje, Teuda integra o elenco de “A Vila”, nova série humorística de Paulo Gustavo no Multishow. Na trama, ela é dona Fausta, mulher que vive a atormentar o filho, interpretado por Lucas Salles. 

Sobre a diferença do teatro e da TV ela analisa: “Você não entra pra televisão falando: -Ah, eu quero fazer esse personagem. Não! Quando eles precisam de alguém, são eles que dizem: -Ah, acho que a Teuda podia servir, será que ela pode? E se eu puder eu faço.”

Serviço
Conversa com Roseann Kennedy - segunda-feira, dia 11, às 21h30, na TV Brasil

Clique aqui para saber como sintonizar a programação da TV Brasil.

Criado em 08/12/2017 - 16:45 e atualizado em 08/12/2017 - 16:45

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