Na entrevista ao Trilha de Letras, a escritora Nélida Piñon comenta as críticas e as comparações com o trabalho de Clarice Lispector no início de sua carreira. Ela conta que, à época, um crítico literário chegou a chamá-la de "papel carbono" de Clarice.
"De uma crueldade sem limite. Arrasador", desabafa a escritora carioca a respeito da comparação. "Ao mesmo tempo, outros diziam que eu era um gênio e que era a nova 'Clarice'", acrescenta.
Amiga íntima de Clarice, a ex-presidente da Academia Brasileira de Letras conta que a escritora ligou para sua casa, preocupada que os comentários pudessem afetar a relação. "'Nélida, você jura que isso não vai atrapalhar a nossa amizade?' Eu disse: 'Clarice, eu vou ser sua amiga até o final da sua vida e da minha'. E foi", relata.
Nélida revela também que as duas não conversavam sobre técnicas narrativas. "A Clarice não gostava. Ela tinha uma singeleza extraordinária e ao mesmo tempo era como se dissesse: 'Chega de tanta literatura'", descontrai a escritora.
A entrevista completa com Nélida Piñon vai ao ar na terça-feira (13/3), às 21h15, na TV Brasil.
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