Para esclarecer o processo de planejamento e implantação da TV digital no Brasil, o Ver TV entrevistou a jornalista e professora de comunicação da PUC-Rio Patrícia Maurício. Autora do livro “Conflitos na TV digital brasileira”, Patrícia denuncia que o potencial de inclusão tecnológica da população através da televisão foi desperdiçado, por ir de encontro aos interesses comerciais das empresas radiodifusoras.
A professora explica que inicialmente havia três modelos de TV digital: norte-americano, europeu e japonês. O governo brasileiro na época estabeleceu um grupo de pesquisa para examinar os sistemas já existentes e a possibilidade de criar um modelo próprio.
“Um decreto presidencial de 2003 definia que a TV digital no Brasil privilegiaria a interatividade para beneficiar o povo. Promoveria a inclusão digital pela televisão, até que a internet banda larga fosse difundida pelo país. A ideia era que as pessoas pudessem utilizar a TV para atividades como marcar consultas médicas no SUS e declarar o imposto de renda.”
Patrícia Maurício lamenta que, antes mesmo dos pesquisadores proporem um modelo, foi implementado um sistema que levou em conta apenas os interesses das emissoras comerciais. Segundo a jornalista, os canais temiam que a interatividade prejudicasse a veiculação de anunciantes, então preferiram um modelo que não atrapalhasse os seus negócios.
Assista também ao episódio: TV digital no Brasil
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