Na opinião do jornalista e produtor musical, nenhum artista lançado nesses programas teve uma carreira longeva.
O jornalista e produtor musical Marcus Pretto compara os reality shows musicais de hoje aos festivais da TV nos anos 60.
Em sua opinião, programas como The Voice Brasil a atenção é muito mais técnica e voltada para a voz dos competidores. “O que importa ali é a ginástica da voz e não outros atributos que poderiam fazer do competidor um artista com uma carreira mais duradoura.”
Anteriormente, em festivais como os da TV Record, a disputa era em torno da melhor composição. Ou seja, a atenção era para as canções e menos para os dotes técnicos do cantor. “Lá atrás a preocupação era com artistas que defendiam alguma coisa, uma estética, um posicionamento. Nara Leão e Chico Buarque jamais passariam em um programa como o The Voice”, afirma.
O jornalista defende que o espaço para a música adulta e autoral se reduziu muito dos anos 2000 para frente. “Tenho impressão que o público que consumia a música de Rita Lee, Guilherme Arantes, Caetano Veloso e Chico Buarque perdeu o interesse pela música e hoje está mais interessado em séries de televisão, Netflix. É minha impressão”, explica.
Ele ainda aponta a derrocada da MTV como exemplo de falta de interesse por música nova do público televisivo. “Hoje não há espaço para sutileza. O que sobrou foi essa competição que é uma espécie de jogo de futebol com as vozes”.
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