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Assédio sexual no trabalho: um crime silenciado

Saiba como identificar, denunciar e combater esse tipo de crime

Caminhos da Reportagem

No AR em 28/09/2017 - 22:00

O Caminhos da Reportagem aborda um crime que, apesar de ainda muito frequente, não se tem estatísticas nacionais nem mundiais: o assédio sexual no trabalho. Nossa equipe conversou com vítimas que decidiram contar suas histórias. Elas narram situações constrangedoras vivenciadas durante o expediente e que geraram angústia, medo, traumas e adoecimento.

Caminhos da Reportagem discute assédio sexual no trabalho
Caminhos da Reportagem discute assédio sexual no trabalho - Divulgação

Segundo Thaís Dumêt, oficial-técnica da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o assédio sexual no trabalho é considerado uma violência e pode ser definido como “todo ato, gesto e insinuação de natureza sexual que constrange e intimida outra pessoa”. 

A bancária L. conta que o primeiro assédio veio do sub-chefe do setor em que foi lotada. “Logo de início ele me levava pra um quarto, onde a gente fazia revisão de microfilmagem de cheques e ele pegava e tentava encostar a perna na minha. E eu afastava a cadeira e ele ia atrás de mim, punha a mão, como se não tivesse nada de importante na minha perna, eu pedia pra ele tirar. Eu acho que isso fez um estrago pro resto da minha vida”, relata.

ministra do TST Maria Cristina Peduzzi afirma que no Brasil ainda são pouca as denúncias de assédio sexual no trabalho
Ministra do TST Maria Cristina Peduzzi

A legislação brasileira prevê punições para quem comete assédio sexual, mas esse crime ainda é pouco denunciado. Segundo a ministra do Tribunal Superior do Trabalho Maria Cristina Peduzzi, entre os anos 2000 e 2017 foram julgados apenas 213 processos nesse âmbito. A jornalista M. sofreu em silêncio durante meses. Assim que ingressou no mercado de trabalho, foi vítima de um chefe assediador. “Eu ficava nervosa quando ele chegava, eu emagreci doze quilos de desespero por não saber lidar com a situação que ele tava causando”. Ela diz que teve medo e vergonha de falar com a família sobre o que estava acontecendo.

“É um massacre para a autoestima da pessoa. Ela vive uma prisão que é bastante fechada, ela dificilmente consegue sair dali sozinha, porque precisa que as pessoas validem aquele sofrimento dela dizendo 'olha, você está sofrendo, você precisa de ajuda, isso tá errado'”, afirma o psicólogo do trabalho Vitor Barros Rego.

Esta edição do Caminhos da Reportagem mostra como identificar esse crime, onde denunciá-lo e também o que é possível fazer para combater essa prática que ainda causa espanto e questionamentos quando se torna pública. Não perca! 

 A bancária L. precisou se afastar do trabalho após adoecimento provocado pelos assédios sexuais sofridos na empresa
A bancária L. precisou se afastar do trabalho após adoecimento provocado pelos assédios sexuais sofridos na empresa - Divulgação

Ficha Técnica

Reportagem: Flavia Peixoto
Produção: Beatriz Abreu e Pollyane Marques
Apoio à produção: Aline Beckstein
Imagens: André Pacheco, Rogerio Verçoza e Sigmar Gonçalves 
Apoio às imagens: Milene Nunes
Auxílio técnico: Dailton Matos e Edivan Viana
Apoio ao auxílio técnico: Wladimir Ortega
Edição de texto: Suzana Guimarães
Edição de imagens e finalização: Henrique Corrêa e Richard Gomes
Arte: Julia Costa

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Criado em 21/09/2017 - 15:45

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