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A virada contra o câncer

Imunoterapia é aposta da medicina para vencer a doença

Caminhos da Reportagem

No AR em 18/06/2019 - 22:30

Nos últimos anos, os avanços da oncologia revolucionaram a forma de tratar o câncer. Em 2018, dois pesquisadores ganharam o Prêmio Nobel de Medicina por seus estudos com a imunoterapia, um tratamento inovador que usa o próprio sistema imunológico do indivíduo para combater tumores. Com a evolução da pesquisa ligada ao sequenciamento do genoma humano, uma nova perspectiva foi aberta nos ramos da oncogenética e da oncologia de precisão, com testes e terapias personalizados para cada paciente. O Caminhos da Reportagem vai mostrar as conquistas da medicina que afastam o diagnóstico da doença de uma sentença de morte.

Diretamente de Quioto, no Japão, o pesquisador premiado com o Nobel da Medicina, Tasuku Honjo, conversou com nossa equipe sobre as vantagens da imunoterapia. “Primeiro, a imunoterapia tem muito menos efeitos colaterais. A segunda vantagem é que o seu efeito dura mais tempo. Em terceiro lugar, esse tratamento é eficaz em praticamente todos os tipos de câncer”, enumera. Para ele, a imunoterapia será a principal droga para o tratamento de câncer no futuro: “Exatamente como aconteceu com a penicilina. Inicialmente ela não curou todas as doenças infecciosas, porém uma série subsequente de antibióticos, finalmente conseguiu banir quase todas as principais doenças infecciosas na nossa sociedade. É isso que espero”.   

Nobel de Medicina Tasuku Honjo explica como a imunoterapia combate o câncer
Nobel de Medicina Tasuku Honjo explica como a imunoterapia combate o câncer - Divulgação/TV Brasil

A imunoterapia foi a última alternativa no tratamento do jornalista David Coimbra, que descobriu um câncer no rim já com metástase para os ossos. “O médico disse: olha, se tudo der certo, você tem mais cinco anos no máximo”. O prazo já passou e os tumores de David regrediram graças à terapia, que ele teve acesso ao ser selecionado para participar de um estudo clínico em Boston, nos Estados Unidos.

No caso de Dayane Sant’Anna, funcionária pública, a melhor alternativa apontada pelos médicos foi uma cirurgia preventiva, como a realizada pela atriz Angelina Jolie, em 2013. Um mapeamento genético mostrou que Dayane possui a mesma mutação da estrela de Hollywood, que aumenta em 87% a chance de desenvolver câncer de mama. Após curar um tumor, ela se prepara para enfrentar uma mastectomia bilateral para afastar de vez a doença: “Quando a gente se dá conta da finitude, a gente percebe que ou a gente aproveita isso agora ou a gente não sabe o dia de amanhã. A gente não sabe o que vem depois. Então, o momento é agora”.    

A aposta dos médicos é que a ciência caminha para descobrir novas formas de prevenção e tratamentos menos invasivos, que permitam ao paciente conviver com a doença. “Eu acho que nesse dia vai ser difícil morrer de câncer. Ele é uma doença vinculada à evolução da espécie, nunca vai desaparecer o câncer da nossa  vida. Mas que a gente pode derrotá-lo? Ah, pode”, aposta Bernardo Garicochea, especialista da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica.   

Assista também pelo EBC Play

FICHA TÉCNICA:

Reportagem: Marcelo Castilho
Edição de texto: Luciana Góes e Renata Cabral
Edição de imagem: Eric Gusmão
Produção executiva: Samantha Ribeiro
Produção: Natália Neves
Repórter cinematográfico: Amâncio Ronqui, Gilson Machado e João Victal
Auxílio técnico: Yuri Freire e Felipe Messina
Apoio SP: Edvaldo Pereira dos Santos, Eduardo Viné e Maurício Aurélio Marcelo
Apoio DF: Carlos Molinari, Dailton Matos, Gracielly Bittencourt, Rogério Verçoza e Sigmar Gonçalves

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Criado em 12/06/2019 - 15:10

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