Um exército de profissionais de saúde sai de casa todos os dias para combater um inimigo invisível: o novo coronavírus. No campo de batalha, se paramentam como se estivessem chegando em outro planeta, com gorros, capotes e máscaras, macacões, face shield e luvas. Só os olhos ficam visíveis. Mas em vez de uma missão intergaláctica, a turma vestida de branco enfrenta salários atrasados e falta de equipamentos de proteção individual, e entra nos hospitais para pisar num campo minado.
O Caminhos da Reportagem ouviu agentes de saúde que sofreram preconceito nas ruas por vestir branco, e outros que tiveram um parente entubado depois da entrevista. O médico emergencista Laelcio dos Santos (SAMU/SP), que atua há mais de 20 anos no resgate de paciente em ambulância, afirma que 95% das ocorrências são casos de Covid-19: “No transporte para o hospital este paciente vai ficando cada vez mais sozinho, e lá nos despedimos de alguém que não terá os familiares por perto também”.
A enfermeira intensivista Jessica Lisla (Manaus – AM) sente falta de tocar no ombro ou nas mãos dos pacientes. “Agora é só olho no olho. E quando estão sedados e intubados, eu converso no ouvido porque sei que a audição é o único sentido que eles não perdem.”
Ficha técnica
Produção e reportagem: Bianca Vasconcellos, Deise Machado, Éverton Siqueira Gomes (estagiário) e Pollyane Marques
Imagens: Cadu Pinotti
Auxiliar: Eduardo Domingues
Agradecimentos: Alexandre Medeiros, Amerson Maramalde, Aryana Ribeiro, Débora de Araújo Souza e Marcondes Coelho
Videografismo: Pâmela Lopes
Edição de imagens e finalização: Maikon Matuyama
Roteiro e direção: Bianca Vasconcellos
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