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Nas batidas do Carimbó

Caminhos da Reportagem

No AR em 23/08/2020 - 20:00

 

A data de 26 de agosto foi escolhida para comemorar o Dia Municipal do Carimbó na cidade de Belém. E para marcar a semana,  o “Caminhos da Reportagem” vai apresentar um programa inédito sobre o ritmo do Carimbó, que também é o nome da dança típica do Pará, e que foi considerado Patrimônio Cultural do Brasil, em 2014, pelo Iphan, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. O episódio foi gravado antes da pandemia do novo coronavírus. 

Laurenir Peniche, musicóloga, fala sobre Carimbó
Laurenir Peniche, musicóloga, fala sobre Carimbó - Divulgação/TV Brasil

Nossa equipe seguiu as batidas e os passos do Carimbó atrás dos grandes mestres dessa arte. Fomos da capital paraense até a Ilha de Marajó, a maior do estado, para conhecer um pouco mais sobre esse ritmo.  A origem do nome  vem da palavra “curimbó”, o tambor utilizado nas rodas de Carimbó. 

“Sobre a origem do carimbó, nós temos um grande pesquisador, Vicente Salles (1931-2013), que fala o quanto o racismo influenciou as pessoas a dizerem que a origem do carimbó é indígena, mas que na realidade, sigam os tambores, sigam de onde vem os tambores e você vai entender a origem do carimbó” contou a musicóloga Laurenir Peniche. “A origem do carimbó vem dos negros que se mestiçaram com os indígenas e com os portugueses e depois se disseminou por todo o estado do Pará”. 

 

Atravessamos a Baía do Guajará e desembarcamos na Ilha de Marajó, mais precisamente na cidade Salvaterra. Lá existem 16 comunidades quilombolas de onde saíram grandes mestres do Carimbó. Um deles é o Mestre Damasceno, que nasceu na comunidade quilombola de Salvar. Ele foi o criador do chamado “Búfalo-bumbá” e é um dos mais importantes para o Carimbó marajoara. 

Do ambiente pastoril das fazendas de Soure, também do Marajó, vem um carimbó mais melódico, que tem na figura do Mestre Diquinho um dos maiores representantes.  “Tu imagina aquelas vastas terras, pasto que não acaba mais, e tu ali sozinho,  tocando gado, naquele silêncio oco. Então, claro que isso marca a estética (musical) do caboclo”, explica o pesquisador musical Marcello Gabbay.

Na cidade de Soure também fica o Grupo de Tradições Marajoaras Cruzeirinho, um dos grandes responsáveis pelo difusão do Carimbó marajoara. “O resgate das nossas danças, das nossas músicas, a gente conseguiu nas fazendas, porque foi lá que o Carimbó chegou primeiro, através dos escravos africanos”, contou a coordenadora do grupo, Maria Amélia Ribeiro.

Em Belém, conhecemos a família do Mestre Verequete, que morreu em 2009. Ele foi um dos maiores representantes de um carimbó mais tradicional, chamado “Pau e Corda” e que não utiliza instrumentos eletrônicos. A influência dele é tão importante para esse ritmo, que a data do aniversário de Mestre Verequete foi escolhida para comemorar o Dia Municipal do Carimbó.

Ainda na capital paraense nossa equipe seguiu até a Passagem Álvaro Adolfo, no bairro da Pedreira, conhecida como a “Rua do Carimbó”. Lá acompanhamos um ensaio do Grupo Sancari, que mantém a tradição do chamado “Pau e Corda”. E na passagem também mora a “Diva do Carimbó Chamegado”, a cantora Onete, com quem gravamos uma entrevista especial, mas na cidade do Rio de Janeiro. 

 

Ficha técnica

Reportagem: Aline Beckstein

Edição de texto: Luciana Góes

Edição de imagens: Eric Gusmão

Produção: Aline Beckstein e Natalia Neves

Imagens: Aline Beckstein, Eduardo Viné Boldt, Gabriel Penchel e Gilson Machado

Operador de áudio: Cláudio Tavares

 

Clique aqui para saber como sintonizar a programação da TV Brasil.

Tags:  Carimbó

Criado em 20/08/2020 - 15:15

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