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Sonho Paralímpico

Caminhos da Reportagem

No AR em 22/08/2021 - 20:00

O Brasil levou ao Japão a maior delegação em Jogos Paralímpicos fora de casa. De 24 de agosto a 5 de setembro, 260 atletas, sendo 194 homens e 96 mulheres, vão perseguir a meta do Comitê Paralímpico Brasileiro de manter o país entre os dez primeiros no ranking de medalhas.

Nesta edição do Caminhos da Reportagem atletas veteranos e estreantes de diversas modalidades contam suas trajetórias e sonhos paralímpicos para a repórter Carla Maia. Sem exceção, eles destacam o esporte como fator de inclusão e transformação. A Paralimpíada, criada em 1960, é o maior evento do mundo que reúne pessoas com deficiência. Elas representam 15% da população mundial segundo a Organização Mundial de Saúde.

Atletas brasileiros que vão disputar os Jogos Paralímpicos em Tóquio
Atletas brasileiros que vão disputar os Jogos Paralímpicos em Tóquio - Comitê Paralímpico Brasileiro

Petrucio Ferreira, hoje o velocista mais rápido do mundo no desporto paralímpico, faz questão de homenagear a Paraíba, seu estado de origem, a cada conquista. Ele diz que aprendeu desde cedo, ao observar a lida dos pais na roça, em São José do Brejo do Cruz, a ir atrás dos seus sonhos. “Meus pais sempre me passaram que eu poderia ser uma pessoa eficiente, nunca desistir dos objetivos, nunca tirar o sorriso do rosto por mais difícil que tenha sido o nosso dia”, lembra Petrucio.

Petrucio Ferreira, velocista mais rápido do mundo.
Petrucio Ferreira, velocista mais rápido do mundo. - Comitê Paralímpico Brasileiro

O judoca Antônio Tenório, com 50 anos, subiu ao pódio em todos os Jogos Paralímpicos que disputou. Desta vez chegou a pensar que estaria fora das competições depois de ter passado duas semanas numa UTI por complicações da covid-19. Mas deu a volta por cima e foi o primeiro atleta da delegação a ser vacinado antes de carimbar o passaporte para o Japão. “O momento desse evento vai ser muito importante para a humanidade se reafirmar e falar, estamos aqui e estamos lutando unidos contra esse vírus”, opina Tenório.

Jennyfer Parinos venceu adversárias na Eslovênia para garantir a vaga na equipe do tênis de mesa.
Jennyfer Parinos venceu adversárias na Eslovênia para garantir a vaga na equipe do tênis de mesa. - Comitê Paralímpico Brasileiro

Treinar em meio a pandemia exigiu criatividade. Quando o Centro de Treinamento do Comitê Paralímpico Brasileiro, em São Paulo, fechou as portas no ano passado, o jogador de futebol de 5, Nonato, escalou a mulher e as cunhadas no campinho improvisado em Orocó, em Pernambuco. A mesa-tenista Jennyfer Parinos jogou com o namorado na sala de casa e precisou lutar até a última hora por uma vaga para Tóquio. Ela encarou adversárias que nunca tinha vencido na última seletiva da modalidade e diz que saiu mais forte dessa experiência.

Para o Brasil, estes Jogos vão ser marcados pela despedida de um ídolo. O maior medalhista paralímpico do país, Daniel Dias, anunciou que vai deixar as piscinas quando voltar do Japão. Um dos motivos que o levaram à aposentadoria é a mudança na classificação da natação paralímpica, que torna mais difícil pra ele a conquista de medalhas. Segundo o presidente do Comitê Paralímpico Internacional, o brasileiro Andrew Parsons, o novo sistema foi definido e aprovado pelos representantes dos países que participam da natação paralímpica.  Mas Daniel afirma que não vai desanimar em Tóquio e quer mostrar sua melhor versão. “Eu já tenho sido muito grato por tudo o que conquistei, por tudo o que vivi. E ali vai ser a cereja do bolo porque o bolo já tá construído. Vem a cereja pra encerrar uma bela de uma carreira”.

Daniel Dias com troféus Laureus.
Daniel Dias com troféus Laureus. - Arquivo Pessoal

Inspirada por Daniel e por outros destaques das Paralímpíadas, vem aí uma nova geração. O nadador Wendell Belarmino é um dos 87 atletas estreantes na delegação brasileira. O brasiliense é também uma das promessas de pódio pelo desempenho nos últimos mundiais. Ele diz que o seu maior objetivo é inspirar pessoas e estimular novos atletas exatamente como faz Daniel Dias.

Débora Menezes estreia nos Jogos Paralímpicos com esperança de medalha no taekwondo.
Débora Menezes estreia nos Jogos Paralímpicos com esperança de medalha no taekwondo. - Arquivo Pessoal

Outra atleta que vai participar pela primeira vez dos Jogos Paralímpicos é Débora Menezes, do parataekwondo, modalidade que estreia no Japão. Ela diz que trabalha pela “douradinha” todos os dias e quer mostrar ao mundo como o esporte abre caminhos para a conquista de sonhos.

 

Ficha Técnica:
Reportagem: Carla Maia
Produção: Aline Beckstein, Carla Maia
Edição de texto: Ana Passos
Edição de imagem e finalização: Eric Gusmão
Imagens: André Rodrigo Pacheco, Sigmar Gonçalves
Auxílio técnico: Rafael Calado, Thyago Brandão
Arte: Eudes Lins

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Criado em 17/08/2021 - 14:50

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